EUA enfrentam ação judicial por restrições no apoio a imigrantes na perigosa 'Alcatraz dos Jacarés'
Organizações defensoras dos direitos dos imigrantes processam o governo dos EUA por limitar o acesso a assistência legal para detidos em centro de detenção na Flórida.

Na quarta-feira, um grupo de defesa dos direitos dos imigrantes apresentou uma queixa judicial contra o Governo dos Estados Unidos, criticando a falta de apoio jurídico para imigrantes detidos no novo centro de detenção conhecido como 'Alcatraz dos Jacarés'. Esta queixa inclui a voz de imigrantes, detidos e escritórios de advocacia que representam aqueles em situação de vulnerabilidade.
Os queixosos destacam a violação do devido processo legal, sublinhando a impossibilidade de apresentar documentos necessários para garantir a libertação dos alegados imigrantes ilegais que estão à espera de deportação.
Representados pela União Americana pelas Liberdades Civis da Florida e pela Americans for Immigrant Justice, os autores da queixa também denunciam as condições adversas do centro, incluindo "temperaturas extremas, alta presença de mosquitos, alagamentos nas tendas e falta de acesso adequado à água potável".
Adicionalmente, a queixa menciona os graves problemas de saneamento, com entupimentos frequentes nas sanitas, obrigando os detidos a realizar desentupimentos manualmente, além de apontar para a alimentação inadequada e a negação dos direitos religiosos.
O centro de detenção, inaugurado a 1 de julho pelo então Presidente Donald Trump, foi construído em apenas oito dias no estado da Florida, utilizando uma pista de aterragem localizada na região pantanosa dos Everglades, conhecida pela sua fauna perigosa, como jacarés e serpentes venenosas.
No passado sábado, legisladores estaduais e federais da Florida reportaram ter encontrado 750 migrantes em condições desumanas durante uma visita ao centro.
Na última segunda-feira, a secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, revelou que está em conversações com cinco estados governados por republicanos para a criação de centros de detenção semelhantes.
De acordo com o censo de 2020, existem cerca de 1,45 milhões de pessoas de origem portuguesa a residir nos EUA. Um relatório dos Serviços de Imigração e Alfândegas indica que, em 2024, foram repatriados 69 portugueses, representando um aumento em relação ao ano anterior.
José Cesário, então secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, revelou em fevereiro que não existem dados precisos sobre o número de portugueses em risco de deportação, embora tenha destacado que 360 já ultrapassaram o prazo concedido pelo 'visa waiver', e cerca de quatro mil foram identificados como fora do prazo de permanência. Neste contexto, existem atualmente 24 portugueses detidos nos Estados Unidos.