África concentra 93,5% das fatalidades por cólera em 2023
Até junho, 93,5% das mortes por cólera mundial ocorreram em África, destaca a União Africana, que pede ações imediatas para lidar com a situação.
A África contabilizou 93,5% das mortes atribuídas ao cólera em todo o mundo até ao mês de junho deste ano, segundo um relatório da agência de saúde pública da União Africana (UA). O subdiretor dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças, Yap Boum, acrescentou que 82% dos casos reportados globalmente também se situam no continente africano.
De um total de 28 países a sofrer com infeções por cólera, 21 encontram-se em África, o que levou a UA a solicitar medidas urgentes.
Até 10 de julho, registaram-se mais de 191 mil casos no continente, com 3.969 mortes. Contudo, alguns países, como Angola, têm reportado uma diminuição de casos nas últimas semanas. No Sudão, foram contabilizados 36.570 casos e 765 mortes, enquanto o Sudão do Sul enfrenta a pior crise da sua história, com 62.982 casos e 1.096 fatalidades.
A República Democrática do Congo também está a viver uma situação alarmante, com 36.402 casos e 926 mortes, vendo um agravamento de quase 30% nas infeções na última semana. A capital, Kinshasa, é especialmente vulnerável devido a inundações e à escassez de água potável, segundo Boum. A urgência de ação é, portanto, imperativa.
A cólera, uma doença diarreica aguda provocada pela bactéria 'Vibrio cholerae', continua a ser uma ameaça significativa, especialmente em áreas com saneamento inadequado e acesso limitado a água potável. Embora a doença seja tratável, pode ter consequências mortais se não for tratada rapidamente.