Ana Gomes critica a averiguação preventiva contra Pedro Nuno Santos, alegando ser uma manobra política sem fundamentos criminais, desvirtuando a função do MP para favorecer interesses extremos.
Ana Gomes expressou neste domingo a sua profunda preocupação com a ação do Ministério Público, que inaugurou uma averiguação preventiva contra o secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos. Segundo a socialista, este procedimento visa não só prejudicar o partido, mas também denegrir a imagem do seu líder, sem existência de quaisquer evidências de crimes.
A comentadora criticou a situação por demonstrar uma alarmante intromissão do MP na vida política nacional, sugerindo que o movimento beneficia interesses da extrema-direita e fortalece estratégias que pretendem equiparar, de forma infundada, o caso de Pedro Nuno a situações que envolvem o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
"Não há suspeitas criminais no processo contra Pedro Nuno, ao contrário do que se tenta insinuar", afirmou Ana Gomes, assinalando ainda que a averiguação preventiva intitula-se de forma inadequada, uma vez que a lei exige sigilo e rigor na sua execução. De acordo com a socialista, as acusações foram amplamente divulgadas pelo próprio MP, contrariando os princípios legais que regulam as averiguações.
Em adição, Ana Gomes condenou a atuação do atual procurador-geral da República, criticando a sua proximidade com figuras políticas controversas e afirmando que, mesmo em situações de escrutínio, o líder socialista se mostra disponível para responder a qualquer inquérito, em distinção ao primeiro-ministro.
Este episódio ocorre enquanto o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) conduz investigações sobre criminalidade económico-financeira, num cenário que só aumenta a tensão política no país.