Teodoro Nguema Obiang Mangue revelou que os Estados Unidos expressaram interesse em deportar migrantes africanos para o país, suscitando preocupações entre a população.
O vice-Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, confirmou na quarta-feira que houve contactos com os Estados Unidos, que manifestaram a intenção de deportar migrantes africanos para a Guiné Equatorial. "Houve uma conversa em que os Estados Unidos expuseram as suas intenções, mas até agora nada foi concretizado sobre a expulsão de migrantes para o nosso país", referiu na sua conta na rede social X, após uma onda de especulações na imprensa e redes sociais.
O tema despertou um clima de preocupação entre a população equato-guineense, com receios relacionados à chegada de migrantes, que são vistos por alguns como "criminosos". O vice-Presidente, que também supervisiona questões de defesa e segurança, declarou: "Podemos considerar um acordo, mas teremos a última palavra na escolha das pessoas a receber, de acordo com o seu perfil". Ele sublinhou a importância de evitar a aceitação de indivíduos com antecedentes criminais.
Malabo, em negociação com a administração do Presidente Donald Trump, condicionou a aceitação de migrantes à cobertura das despesas de alojamento e subsistência, além de investimentos em atividades que facilitem a reintegração na sociedade.
Recentemente, os Estados Unidos anunciaram que estavam "ativamente" à procura de nações dispostas a acolher cidadãos de países terceiros, dando seguimento à proposta de deportação massiva de imigrantes ilegais, uma promessa de campanha de Trump.
De acordo com o portal 'Radio Macuto', a proposta é vista com cautela, pois contrasta com a realidade nas cidades da Guiné Equatorial, onde autoridades têm realizado rusgas e expulsões de imigrantes subsaarianos. Nigerianos, camaroneses e chadianos têm sido detidos sem mandado e deportados.
A situação gerou perplexidade, visto que a Guiné Equatorial tem expulsado migrantes pobres e, no entanto, agora se mostra disposta a acolher outros deportados dos Estados Unidos. Em abril, por exemplo, mais de 200 cidadãos camaroneses foram forçados a deixar o país, o que originou tensões diplomáticas com Yaoundé.
As autoridades da Guiné Equatorial justificaram as expulsões como sendo ação contra "migrantes ilegais".