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Guiné-Bissau lança campanha de vacinação contra a febre-amarela para mais de 2 milhões de cidadãos

há 3 horas

A Guiné-Bissau inicia uma campanha de vacinação, abrangendo 95% da população, com o objetivo de prevenir surtos da febre-amarela, revelou o coordenador nacional de vacinação.

Guiné-Bissau lança campanha de vacinação contra a febre-amarela para mais de 2 milhões de cidadãos

A Guiné-Bissau prepara-se para dar início, nesta sexta-feira, a uma vasta campanha de vacinação contra a febre-amarela, que se estenderá ao longo de dez dias. Com um objetivo ambicioso de imunizar mais de dois milhões de pessoas, o país procura proteger aproximadamente 95% da sua população, conforme anunciou Mário Tami, coordenador nacional da vacinação ao serviço do Ministério da Saúde Pública.

Intitulada "Vacine hoje e proteja-se por toda a vida", a campanha decorrerá entre 09 e 18 de maio e destina-se a crianças a partir dos nove meses até aos 60 anos. Tami sublinhou que, caso se alcance a meta proposta, a Guiné-Bissau poderá reduzir significativamente o risco de uma epidemia de febre-amarela.

O responsável pelo programa de vacinação fez um apelo à população, incentivando os guineenses a dirigirem-se aos postos de vacinação, que estarão disponíveis em várias localidades. Tami alertou que, após a campanha, a vacina contra a febre-amarela apenas será disponibilizada rotineiramente a crianças em unidades hospitalares e centros de saúde.

Recordou ainda que a primeira introdução da vacina contra a febre-amarela na Guiné-Bissau independente ocorreu em 2008, dirigida às crianças, e desde então, apenas os viajantes que se deslocam para fora do país têm acesso à vacina. "As crianças vacinadas em 2008 têm agora 17 anos, e, por conseguinte, os viajantes são os únicos com alguma imunidade, uma vez que o resto da população não está coberta", explicou.

Mário Tami mencionou a preocupação com a diminuta vigilância epidemiológica e a baixa cobertura vacinal no país. No entanto, garantiu que existem "vacinas suficientes e eficazes que conferem 95% de proteção".

Embora não haja registos de casos de febre-amarela desde a independência, o coordenador destacou a falta de laboratórios especializados que possam confirmar a presença da doença no país. Para eventuais suspeitas, Tami indicou que as amostras serão enviadas para o Instituto Pasteur em Dacar, no Senegal.

A Guiné-Bissau enfrenta uma realidade em que países vizinhos têm relutantemente lidado com surtos e epidemias de febre-amarela, sendo essencial que se adotem medidas de prevenção. O médico recordou um surto ocorrido durante o período colonial na ilha de Bubaque, que resultou na morte de 20 das 46 pessoas infetadas. Além disso, um surto que ocorreu entre 1942 e 1943 vitimou oito pessoas em comunidades guineenses.

A campanha de vacinação conta com o cofinanciamento do Governo da Guiné-Bissau e da GAVI (Aliança Global para Vacinas), uma iniciativa público-privada que procura aumentar o acesso à vacinação em países em desenvolvimento. Portugal, que é um dos membros da aliança, comprometeu-se com uma contribuição de 2,5 milhões de euros para o período de 2026 a 2030.

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#VacinaçãoUrgente #ProtejaAMassas #SaúdePública