Mariana Mortágua critica a decisão do Governo de isentar investimentos em Defesa das regras do défice, enquanto o país enfrenta desafios na habitação, saúde e infraestruturas.
Beja, Portugal – Durante um evento com imigrantes e ativistas e na inauguração da sede do BE para as próximas legislativas, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, manifestou o seu descontentamento com a estratégia do Governo. Segundo ela, num contexto de preços imobiliários em ascensão, falta de investimentos urgentes em saúde e problemas na rede ferroviária, a escolha por desviar recursos para armamento é inaceitável.
Mariana Mortágua salientou que isentar o setor do armamento das restrições do défice é equivalente a demonstrar que áreas vitais como habitação, educação e serviços de saúde não têm prioridade. Ela pontuou que, nestes tempos em que se presenciam consensos infundados em torno de uma “corrida para a guerra errada”, é urgente que se revele a realidade dos investimentos públicos.
A crítica foi uma resposta direta às recentes declarações do primeiro-ministro, que anunciou ter acionado, através de Bruxelas, a cláusula de salvaguarda para investimentos em Defesa. Luís Montenegro, em declarações à porta da Nunciatura Apostólica em Lisboa, afirmou que estes investimentos não afetariam o Estado social, comentário que Mortágua refutou, argumentando que os recursos destinam-se a desviar fundos de setores prioritários.
A dirigente do BE concluiu que Portugal deve investir em infraestruturas essenciais, nomeadamente em habitação, saúde, educação e serviços públicos, em vez de direcionar recursos para uma indústria de armamento que, segundo ela, beneficia interesses externos e não resolve as necessidades internas.