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Estudo global revela que 15,6 milhões podem ser diagnosticados com cancro gástrico

Pesquisa sugere a necessidade de intensificar a prevenção do cancro do estômago, focando-se no rastreio e tratamento de infeções pela bactéria 'Helicobacter pylori'.

07/07/2025 19:05
Estudo global revela que 15,6 milhões podem ser diagnosticados com cancro gástrico

Um estudo recente, divulgado na passada segunda-feira, 7 de julho, apresenta uma estimativa alarmante de que, a nível mundial, 15,6 milhões de indivíduos poderão vir a desenvolver cancro gástrico ao longo da vida. Destes, 76% dos casos estão associados à bactéria 'Helicobacter pylori', que infeta o estômago.

As previsões centram-se nas pessoas nascidas entre 2008 e 2017, com a pesquisa divulgada na revista médica Nature Medicine. A investigação foi realizada por uma equipa de especialistas da Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro, que faz parte da Organização Mundial da Saúde.

No contexto português, caso as medidas de controlo actualmente em vigor não sejam alteradas, o estudo prevê 24.725 casos, com 928.484 pessoas em risco, sendo que 18.578 destes diagnósticos poderão ser atribuídos a infeções por 'Helicobacter pylori'.

Os investigadores, liderados pela epidemiologista Jin Young Park, sustentam a urgência de um investimento mais robusto na prevenção do cancro gástrico, sobretudo através do desenvolvimento de programas de rastreio e tratamento das infeções provocadas pela bactéria.

A fim de alcançar estas estimativas, Park e a sua equipa analisaram dados referentes à incidência de cancro gástrico em 185 países, em 2022, combinando-os com previsões sobre a mortalidade de grupos populacionais nascidos entre 2008 e 2017, baseadas em informações demográficas das Nações Unidas.

Os especialistas estimam que, sem a implementação de intervenções adequadas, 15,6 milhões de pessoas nascidas mundialmente entre 2008 e 2017 enfrentarão um diagnóstico de cancro do estômago durante a vida, sendo 10,6 milhões desses casos esperados apenas na Ásia (com 6,5 milhões a ocorrerem na Índia e na China).

Ao modelar o impacto das estratégias de rastreio e do tratamento das infecções provocadas pela 'Helicobacter pylori' a nível populacional, Park e colegas concluíram que o número projetado de casos de cancro gástrico poderia ser reduzido em até 75%.

Os investigadores também alertam que estas estimativas são limitadas pela qualidade e abrangência dos dados disponíveis, especialmente em regiões com recursos escassos, onde os registos sobre o cancro são frequentemente incompletos ou inexistentes.

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