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Especialista descarta risco de epidemia de Mpox em território nacional

há 5 horas

Jaime Nina, infecciologista, afirma que Portugal não corre risco de epidemia de Monkeypox, apesar do aumento de casos em África, destacando fatores geográficos e sociais.

Especialista descarta risco de epidemia de Mpox em território nacional

O infecciologista Jaime Nina, professor jubilado no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade Nova de Lisboa, afirmou hoje à Lusa que Portugal não está em risco de enfrentar uma epidemia de Mpox, apesar do aumento de casos na África, impulsionado pela variante clade Ib.

Nina elucidou que a localização das zonas mais afetadas, nomeadamente a República Democrática do Congo, se encontra distante de lugares que fazem fronteira com Angola, o que reduz a probabilidade de contágio. "Portugal não está na linha de risco devido a uma combinação de fatores geográficos, sociais e estruturais", afirmou.

Ainda que existam milhares de portugueses a residir e trabalhar em África, o investigador acredita que a importação do vírus é baixa. "Trata-se de uma questão de probabilidades. Até à data, temos tido sorte", reconheceu, sublinhando a eficiência do sistema de saúde português na resposta a possíveis casos.

Desde 2022, foram reportados em Portugal casos da variante clade II, relacionada com a África Ocidental, que se disseminou através do contacto social. Nina destacou que, graças ao facto de a maioria dos afectados serem homens homossexuais, conseguiu-se controlar a disseminação do vírus na população geral.

Para o especialista, o combate a doenças virais requer um esforço global coordenado. "Estas doenças precisam de ser erradicadas a nível mundial para que não voltem a surgir", enfatizou. Para isso, Nina considera essencial implementar um programa de vacinação abrangente na África Subsariana, com apoio das nações desenvolvidas.

O Mpox, anteriormente conhecido como varíola dos macacos, foi identificado pela primeira vez em macacos em laboratório na Dinamarca em 1958. Entretanto, ficou claro que se trata de um vírus zoonótico que pode circular entre animais e humanos, o que impede a sua completa erradicação, diferentemente da varíola que só se propagava entre humanos.

Jaime Nina destacou que existem dois clades principais do vírus: o clade I, da África Central, que é mais letal, e o clade II, da África Ocidental. Em resposta ao aumento dos casos, a União Africana declarou o Mpox uma emergência de saúde pública em agosto de 2024, seguida de um alerta sanitário internacional pela OMS.

A doença pode provocar sintomas como erupções cutâneas dolorosas, inchaço dos gânglios linfáticos, febre, dores de cabeça, musculares e cansaço extremo.

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#MpoxPortugal #SaudePublica #VacinaçãoGlobal