Endometriose: dor na perna pode ser um sinal a não ignorar

A endometriose é uma condição em que o tecido endometrial, normalmente encontrado dentro do útero, aparece fora desta cavidade. Muitas vezes, este tecido deslocado fixa-se na pélvis, afetando órgãos locais. Mas, pode surpreendê-lo saber que a endometriose também pode estar relacionada com dores nas pernas.

Segundo o médico Rui Viana, este fenómeno acontece porque a dor pode estar ligada ao nervo ciático e aos nervos pélvicos, conforme explica o médico Abhishek Mangeshikar. “Estes nervos, que se estendem da parte inferior da coluna até às pernas, podem ser comprimidos pela endometriose, provocando sintomas como dormência, formigamento ou fraqueza nas pernas.”

Mangeshikar acrescenta que, frequentemente, estas dores são confundidas com problemas na coluna, levando a diagnósticos erróneos. Um estudo recente indicou que muitas mulheres enfrentam atrasos no diagnóstico da endometriose, muitas vezes consultando vários especialistas devido a sintomas variados. “A endometriose muitas vezes não é considerada nas primeiras avaliações”, alerta o médico.

Como é que se pode identificar que a dor na perna pode estar relacionada com a endometriose? Mangeshikar destaca alguns sinais-chave. A dor profunda pode iniciar-se na nádega ou na anca e propagasse pela coxa. Além disso, as dores tendem a aumentar durante o ciclo menstrual. Dormência e formigueiro, assim como fraqueza muscular ou a sensação de peso numa das pernas, também devem ser considerados como potenciais sintomas. A dor relacionada à endometriose não costuma melhorar com repouso ou tratamentos comuns para ciática.

Dito isto, é importante notar que esta dor pode piorar antes ou durante a menstruação, um sinal que pode indicar a presença de envolvimento nervoso devido à endometriose.

Quanto ao alívio, o médico Karan Rajan indica que um estudo recente revelou que as sementes de linhaça e a camomila podem ser benéficas. O estudo demonstrou que os participantes que consumiam estes alimentos reportaram 38% menos dores pélvicas, 41% menos desconforto durante a relação sexual e uma redução de 33% nas cólicas menstruais.