Durão Barroso incentiva Cabo Verde a reforçar laços com a União Europeia
O ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, em visita a Cabo Verde, sublinha a importância de aprofundar a parceria com a União Europeia, destacando questões de interesse mútuo.

O ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, manifestou, na cidade da Praia, a necessidade de Cabo Verde intensificar a sua colaboração com a União Europeia (UE). Durante uma visita oficial, após se encontrar com o Presidente José Maria Neves, Barroso afirmou que é crucial ir além das meras relações de amizade.
"Acho que é fundamental que Cabo Verde procure aprofundar essa parceria, explorando todas as possibilidades de um desenvolvimento dinâmico", afirmou Barroso, sublinhando a importância de convencer a UE sobre o interesse mútuo nesta relação.
O antigo primeiro-ministro português considerou que "é sempre viável aumentar a ambição nesta colaboração". Ele enfatizou uma "cumplicidade natural" que deve existir, não se limitando a uma relação meramente formal. Barroso destacou o forte laço entre Cabo Verde e a Europa, dado o envolvimento da diáspora cabo-verdiana, bem como as relações comerciais e os desafios geoestratégicos, como a segurança regional e o combate ao tráfico de droga.
Ainda sobre a parceria, Barroso sugeriu que esta devia ser encarada de forma dinâmica, através de ações concretas que reflitam os esforços realizados. "O ideal é discutir com as autoridades cabo-verdianas até onde elas desejam e podem avançar, assim como com os representantes da UE", acrescentou.
No mesmo encontro, Durão Barroso abordou a imigração, defendendo a necessidade de uma gestão equilibrada que considere os interesses dos países de acolhimento e dos imigrantes. "É crucial que a imigração seja controlada, em prol dos próprios imigrantes, pois forças extremistas podem explorar situações de vulnerabilidade", alertou.
Utilizando Portugal como exemplo, Barroso destacou que a imigração é vital para o funcionamento do país, afirmando que "sem imigração, Portugal pararia hoje". Contudo, advogou por um sistema de entrada que permita a integração, o respeito pela legislação e a minimização de fragilidades.
"Defendo portas abertas, mas não escancaradas", afirmou, reiterando a necessidade de um equilíbrio nas políticas de imigração.
O ex-presidente expressou otimismo com o diálogo entre as forças políticas em Portugal para encontrar caminhos que permitam acolher imigrantes, incluindo os de Cabo Verde, que são geralmente bem recebidos e respeitados em solo português.