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Dissolução do PKK abre porta para a paz na Turquia

há 4 horas

A Comissão Europeia vê na dissolução do PKK uma chance para resolver pacificamente o conflito entre os curdos e o governo turco, uma luta que se arrasta há 40 anos.

Dissolução do PKK abre porta para a paz na Turquia

A Comissão Europeia manifestou hoje a sua análise sobre a recente dissolução do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerando este acontecimento como uma possibilidade para estabelecer uma resolução "pacífica e duradoura" para o prolongado conflito entre as autoridades turcas e a população curda.

Anouar El Anouni, porta-voz do executivo comunitário na área das Relações Exteriores, referiu em conferência de imprensa, em Bruxelas, que "a União Europeia acredita que o início de um processo de paz sério, visando encontrar uma solução política para a questão curda, representa um passo positivo para uma resolução pacífica e duradoura".

A guerrilha curda PKK anunciou a sua dissolução e o encerramento da glorificação da luta armada de 40 anos contra o Estado turco, atendendo ao apelo do seu fundador e líder Abdullah Öcalan, que se encontra na prisão.

"O 12.º Congresso do PKK decidiu dissolver a sua estrutura organizativa e pôr fim ao método da luta armada, processo que será liderado pelo líder APO [Öcalan], encerrando assim as atividades associadas ao PKK", anunciou a guerrilha em comunicado enviado à imprensa turca.

Öcalan, que cumpre uma pena de prisão perpétua há 25 anos, pediu em 27 de fevereiro ao PKK, considerado organização terrorista pela Turquia, EUA e União Europeia, para renunciar às armas e dar um ponto final a quatro décadas de violências que culminaram em cerca de 45 mil mortes.

O PKK participou entre 05 e 07 de maio num congresso para discutir o pedido de Öcalan. A organização ilegalizada justificou a sua decisão de depôr as armas afirmando que a sua luta "quebrou a política de negação e aniquilação imposta ao nosso povo", elevando a questão curda a ser resolvida através de um diálogo democrático.

No dia 08, o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou que a organização curda faria um anúncio sobre a decisão de depor as armas em breve.

Inicialmente, o PKK, que atua principalmente a partir das suas bases no norte do Iraque, tinha exigido a libertação de Öcalan para liderar um eventual processo de paz com o Estado turco. Em 2013, Öcalan já tinha declarado o fim das aspirações independentes do PKK, propondo a integração dos curdos numa Turquia democrática, mas o diálogo foi interrompido em 2015, com o aumento da violência e ataques.

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