Desafios económicos à vista: 2026 promete ser complicado para a Rússia
O presidente do Sber, maior banco estatal russo, alerta que 2026 será um ano desafiante e sublinha a preparação necessária em 2025.

O líder do Sberbank, German Gref, informou hoje que 2026 não se avizinha como um ano mais simples para a economia russa. "É essencial que nos prepararmos adequadamente em 2025 para que não desiludamos os nossos investidores no ano seguinte", afirmou durante uma reunião com acionistas, conforme citado pelo portal RBC.
Gref frisou a importância da geopolítica, do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da evolução das taxas de juro do Banco Central, indicando que "muito dependerá destes fatores". Ele também mencionou que "a situação já revela que o primeiro semestre de 2026 não será fácil".
As suas declarações vêm numa altura em que analistas estão preocupados com a possibilidade de uma crise bancária nos próximos doze meses. Gref, que já foi ministro da Economia da Rússia, reconheceu que as receitas das instituições financeiras diminuíram este ano, mas negou que isso conduza a uma crise iminente.
Por outro lado, os especialistas apontam para um aumento do incumprimento no setor económico russo, prevendo a continuidade desta tendência devido às elevadas taxas de juro impostas pelo Banco Central. Recentemente, o Banco Central anunciou uma redução das taxas de juro de 21% para 20%, mas a economista e deputada da Duma, Oksana Dmitrieva, alertou que "isso terá um efeito limitado no desempenho das entidades comerciais".
Dmitrieva acrescentou que a redução das taxas resulta da pressão política, uma vez que o Banco Central luta contra a inflação na Rússia.
A situação económica do país, que está envolvido no conflito na Ucrânia desde fevereiro de 2022, foi reconhecida pelo presidente russo, Vladimir Putin, que admitiu na semana passada que os altos gastos militares têm gerado "problemas" que precisam de ser resolvidos. Apesar disso, Putin comprometeu-se a considerar a diminuição das despesas com a defesa, que atualmente representam 6,3% do PIB, nos próximos três anos, embora ainda não exista um consenso sobre esta questão no interior do governo russo.