Críticas de Sócrates ao PGR na Operação Marquês

O ex-primeiro-ministro José Sócrates criticou, esta sexta-feira, o procurador-geral da República, Amadeu Guerra, por considerar que as suas declarações sobre o julgamento da Operação Marquês foram mal interpretadas. Sócrates apontou que o PGR havia afirmado: 'precisamos dar oportunidade ao engenheiro Sócrates de provar a sua inocência', mas depois desmentiu ter feito essa afirmação. 'A primeira declaração é irresponsável; a segunda é desonesta', argumentou.

Em resposta ao procurador, Sócrates sugeriu que 'quando estamos num buraco, a melhor opção é parar de escavar'. As polémicas declarações de Guerra foram consideradas por Sócrates como colocando a responsabilidade da prova da inocência nas costas do cidadão, quando deveria ser o Estado a demonstrar a culpabilidade.

Guerra clarificou que nunca disse que Sócrates tinha que provar a sua inocência, mas que o julgamento é o espaço adequado para tal. As suas palavras foram emitidas durante uma visita ao Tribunal de Almada.

O julgamento da Operação Marquês, que começou na passada quinta-feira, envolve José Sócrates e mais 20 arguidos, somando um total de 117 crimes associados, como corrupção e fraude fiscal. Estão previstas 53 sessões até ao final do ano e o depoimento de mais de 650 testemunhas ao longo do processo.