O Paquistão confirmou a perda de 40 civis e 11 soldados nas últimas confrontações com a Índia, marcando um dos momentos mais críticos entre os dois países em décadas.
As Forças Armadas paquistanesas revelaram hoje que, na última semana, 40 civis, entre os quais se contam sete mulheres e 15 crianças, e 11 soldados faleceram durante intensos confrontos com a Índia, os piores desde 1999. Além dos mortos, 121 pessoas ficaram feridas, incluindo 10 mulheres e 27 crianças.
A contagem foi reportada após a culminação de combates que se intensificaram ao longo dos últimos dias, apesar de um acordo de cessar-fogo estabelecido entre as duas potências nucleares no passado sábado. Este registo de baixas marca a primeira vez que o Paquistão admite perdas em combate numa situação tão delicada.
A Índia, por sua vez, informou que “quase meia centena” de soldados paquistaneses perderam a vida, dando uma estimativa superior à apresentada por Islamabad. Desde o início deste conflito recente, o total de mortos ascendia a 115, conforme dados coletados pela agência de notícias EFE.
Este novo capítulo de hostilidade foi precedido pelo ataque em Pahalgam, na Índia, no dia 22 de abril, pelo que Nova Deli responsabilizou o Paquistão. A tensão ainda aumentou mais na madrugada de 7 de maio, quando a Índia lançou a “Operação Sindoor” contra alegadas bases operacionais de “terroristas paquistaneses” na região de Azad Jammu e Caxemira.
Em resposta, o governo do primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, anunciou que o dia 10 de maio será lembrado anualmente como o dia em que o Paquistão executou a operação de contra-ataque que precedeu o cessar-fogo. A operação, denominada "Bunyanum Marsoos" ou “Muralha de Ferro”, representa uma das muitas ações em um contexto de crescente tensão militar entre os dois países.
Islamabad sublinha, entretanto, que se manterá vigilante e que quaisquer tentativas de violação da sua soberania ou integridade territorial serão prontamente enfrentadas.