A Ucrânia alerta que a ausência de Putin nas negociações de quinta-feira em Istambul revelará a falta de vontade da Rússia em pôr termo ao conflito com a Ucrânia.
A Ucrânia sublinha que a decisão do Presidente russo, Vladimir Putin, de não comparecer a Istambul para o diálogo marcado com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, poderá ser um indício claro da relutância da Rússia em encerrar a guerra. Andriy Yermak, Conselheiro do Presidente Zelensky, afirmou: "Se Putin não vier à Turquia, ficará evidente que a Rússia não procura negociar." As suas declarações foram feitas durante uma videoconferência na Cimeira da Democracia em Copenhaga, conforme reportado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.
Após apelos dos aliados europeus para um cessar-fogo de 30 dias, Putin manifestou na última sábado a sua vontade de iniciar conversações entre russos e ucranianos na quinta-feira em Istambul. Zelensky respondeu prontamente, propondo um encontro pessoal com Putin na cidade que serve de elo entre a Europa e a Ásia.
No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não comentou a proposta de Zelensky, limitando-se a afirmar que a Rússia está a preparar-se para as negociações agendadas. "É tudo o que podemos dizer por enquanto," declarou Peskov, segundo a agência France-Presse (AFP).
Yermak reiterou que a prioridade deve ser a cessação das hostilidades, apontando que não é viável negociar enquanto os combates continuam. "A Ucrânia está disposta a discutir qualquer formato de negociação com a Federação Russa, mas o cessar-fogo é a nossa primeira prioridade," afirmou.
Yermak também confirmou que Zelensky estará presente na Turquia, sublinhando ainda que o Presidente norte-americano, Donald Trump, fez declarações incisivas sobre as conversações, expressando a esperança de que ambos os líderes estejam em Istambul. Trump, que iniciou hoje uma visita ao Médio Oriente, manifestou até interesse em viajar até à Turquia para acompanhar as possíveis negociações russo-ucranianas.
Estas conversações estão a ocorrer numa altura em que parceiros europeus e os Estados Unidos puseram Putin entre a espada e a parede, ameaçando com "pesadas sanções" caso o Presidente russo não aceite um cessar-fogo. Se concretizadas, estas serão as primeiras negociações diretas desde o início da invasão russa em 2022, onde encontros prévios entre os dois lados falharam em produzir resultados.