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Denúncia de Abusos a Imigrantes Quenianas na Arábia Saudita

há 3 horas

A Amnistia Internacional revela, em novo relatório, as graves violações dos direitos humanos que afetam trabalhadoras domésticas quenianas na Arábia Saudita, sublinhando exploração e abusos raciais.

Denúncia de Abusos a Imigrantes Quenianas na Arábia Saudita

A Amnistia Internacional (AI) divulgou recentemente um preocupante relatório sobre a situação das imigrantes quenianas que atuam como empregadas domésticas na Arábia Saudita. O documento, intitulado "Trancadas dentro, deixadas de fora: as vidas escondidas das trabalhadoras domésticas quenianas na Arábia Saudita", relata a realidade de mais de 70 mulheres que enfrentam condições laborais inaceitáveis.

A investigação revelou que estas mulheres são frequentemente vítimas de engano por parte de recrutadores no Quénia, que distorcem a natureza dos empregos oferecidos. Uma vez chegadas à Arábia Saudita, são forçadas a trabalhar em ambientes brutais, com jornadas que ultrapassam as 16 horas diárias, recebendo um salário de apenas 240 dólares (aproximadamente 216 euros) e sem a possibilidade de usufruírem de folgas ou de uma alimentação adequada.

Além disso, as condições de vida a que estas mulheres estão sujeitas são devastadoras. Relatos de violência sexual, agressões verbais e físicas, bem como a apreensão de passaportes e telemóveis pelos empregadores, foram registados. Há ainda casos em que os salários das trabalhadoras são retidos, evidenciando a gravidade da exploração.

Irungu Houghton, diretora executiva da AI no Quénia, salientou que, enquanto o governo queniano promove a migração laboral, as condições reais enfrentadas pelas trabalhadoras na Arábia Saudita permanecem alarmantes. Apesar das afirmações das autoridades sauditas sobre reformas nos direitos laborais, as operárias continuam a sofrer discriminação e abuso.

A AI apelou às autoridades de ambos os países para ouvirem estas mulheres e garantirem-lhes a atribuição imediata de direitos de proteção laboral. Atualmente, estima-se que cerca de quatro milhões de trabalhadores domésticos na Arábia Saudita são estrangeiros, com aproximadamente 150.000 a serem quenianos, em um contexto de crescente desemprego no Quénia e incentivo governamental para que jovens busquem oportunidades no Golfo Pérsico.

Infelizmente, até ao momento, nem as autoridades da Arábia Saudita nem as do Quénia responderam aos apelos da Amnistia Internacional para comentários sobre a situação.

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#DireitosHumanos #ExploraçãoLaboral #JustiçaParaAsMulheres