Políticos debatem a real necessidade da comissão de inquérito à Spinumviva, num cenário marcado por indecisão, acusações de irresponsabilidade e intensas críticas.
Durante a conferência Fábrica 2030, em Lisboa, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, manifestou a esperança de que possa não ser necessário instaurar uma comissão parlamentar de inquérito à empresa familiar de Luís Montenegro, a Spinumviva, caso não surjam novas evidências a esclarecer os factos em questão.
Enquanto Santos expôs as suas expectativas de elucidar as dúvidas pendentes até ao final da campanha eleitoral, Luís Montenegro, visitando a Madeira, afirmou não ter acompanhado as declarações do líder da oposição, mantendo o foco na prestação de respostas aos problemas quotidianos dos cidadãos.
O debate ganhou nova dimensão quando Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal, condenou a decisão de possivelmente abdicar da criação da CPI, considerando-a surpreendente e irresponsável. Rocha questionou se o secretário-geral detinha informações exclusivas que justificassem esta mudança de postura, criticando a postura que, segundo ele, contribuiu para agravar o clima de crise política.
Recorda-se que, em março, o líder do PS havia proposto a instauração de uma comissão de inquérito como instrumento de esclarecimento sobre o caso da Spinumviva, numa tentativa de promover maior transparência num ambiente político cada vez mais polarizado e marcado por debates intensos sobre a estabilidade do país.