Confirmação da ONU revela 613 mortes em Gaza durante distribuição de ajuda alimentar
A ONU contabilizou 613 mortes em Gaza, ligadas a confrontos em pontos de distribuição de ajuda. A porta-voz desconhece a origem de todas essas fatalidades, embora aponte o exército israelita como responsável por vários destes casos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que, em Gaza, mais de 600 vidas foram perdidas nas imediações de comboios humanitários e em locais de distribuição de ajuda, sob a supervisão de uma organização norte-americana apoiada por Israel.
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Ravina Shamdasani, afirmou que a ONU não conseguiu identificar os responsáveis por essas mortes, que considerou como possíveis homicídios no contexto do conflito entre Israel e o Hamas.
Shamdasani assinalou que, segundo suas avaliações, o exército israelita seria responsável pela maioria das 613 mortes registradas, referindo que "bombardeia e fere os palestinianos que se dirigem aos pontos de ajuda" geridos pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF).
Em uma conferência de imprensa, a porta-voz enfatizou a incerteza sobre quantas fatalidades ocorreram diretamente nos pontos de distribuição ou nas proximidades dos comboios humanitários. Ela também destacou que os dados referem-se ao período de 27 de maio a 27 de junho, com muitos incidentes subsequentes ainda não contabilizados, conforme um relatório interno do ACNUDH.
Shamdasani expressou preocupações sobre a dificuldade de obter uma avaliação completa da situação, dada a restrição de acesso das equipas da ONU às áreas afetadas, afirmando que "nunca poderemos compreender totalmente o que está a ocorrer aqui".
Desde o início do conflito, em 07 de outubro de 2023, Israel impôs um cerco à Faixa de Gaza, impedindo a chegada de ajuda humanitária e alimentar aos palestinianos. A conflitualidade teve início após um ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel, que resultou na morte de 1.219 israelitas, sendo a maioria civis, enquanto 49 das 251 pessoas sequestradas continuam reféns em Gaza, segundo dados oficiais. Na retaliação, mais de 57.000 palestinianos, predominantemente civis, faleceram, conforme o Ministério da Saúde do governo do Hamas para Gaza, dados que a ONU considera fiáveis.