Inspetores da AIEA deixam o Irão após suspensão de cooperação
A Agência Internacional da Energia Atómica comunica a saída dos seus inspetores do Irão, após a suspensão da colaboração por parte de Teerão. A ONU expressa preocupação sobre a situação atual.
Uma equipa de inspetores da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) abandonou o Irão, como foi anunciado pela agência da ONU através da rede social X. Esta decisão surge na sequência da suspensão da cooperação por parte de Teerão, que acusou a AIEA de parcialidade após os recentes bombardeamentos israelitas e americanos às suas instalações nucleares.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, enfatizou a "importância crucial" de estabelecer um diálogo com o Irão para retomar "as atividades essenciais de monitorização e verificação" de forma célere.
A decisão de Teerão foi severamente criticada por Israel, que considera o país uma ameaça desde a Revolução Islâmica de 1979. Este passo foi igualmente condenado pela Alemanha e pelos Estados Unidos, que expressaram preocupações à ONU.
No passado dia 13 de junho, Israel lançou ataques direcionados a centenas de instalações nucleares e militares iranianas, alegando que o país estava próximo de conseguir desenvolver armas nucleares. Em resposta, o Irão disparou mísseis e drones contra Israel, reiterando a sua negação em estar a desenvolver uma bomba atómica, mas afirmando o direito ao enriquecimento de urânio para fins civis.
Apesar de ter suspenso a sua colaboração com a AIEA, Teerão reafirmou, na quinta-feira, o seu compromisso com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
Recentemente, o presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, promulgou uma lei que impede os inspetores da AIEA de monitorizarem instalações nucleares a menos que a segurança das mesmas esteja garantida, decisão que caberá ao Conselho Supremo de Segurança Nacional deliberar.
Rafael Grossi lembrou que a cooperação com a AIEA é uma "obrigação legal" para todos os países signatários enquanto o Irão continua sem permitir acesso às suas reservas de urânio desde 10 de junho. O Departamento de Estado dos EUA qualificou a atitude de Teerão como "inaceitável", especialmente em um momento em que o país tinha a possibilidade de optar por um caminho de paz e prosperidade.