A eurodeputada do BE, Catarina Martins, afirmou que a aliança entre PS e PSD não serve o país, enquanto Joana Mortágua destacou o património feminista do partido em comício em Almada.
Catarina Martins, eurodeputada e antiga coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), abriu o comício de arranque da campanha oficial do partido em Almada, onde destacou a falta de distinção entre o PS e o PSD. “O bloco central não se distingue e não nos serve. O que realmente importa são as soluções, e isso é o Bloco de Esquerda,” afirmou Martins, perante cerca de duzentas pessoas, incluindo os fundadores do partido, que retornam às listas após mais de uma década.
Durante a sua intervenção, Catarina expressou a determinação do BE em apoiar todas as soluções necessárias, reafirmando o compromisso do partido com a luta ao lado da população. “O BE não vai faltar a nenhuma solução, pois nunca deixamos ninguém sozinho nesta campanha,” acrescentou.
Martins abordou a crise da habitação no país, criticando a atitude do PSD e do PS. “Agora, o PSD promete implementar o que António Costa sugeriu há uma década, mas sem resultados até agora. É um ciclo sem fim,” acusou.
Em relação às críticas dirigidas ao BE pela proposta de instalação de tetos máximos nas rendas, fez uma observação irónica. “Quando surgem ideias simples que podem fazer a diferença, logo aparecem os lamentos. Coitadinhos dos proprietários e especuladores,” disse, apelando a uma “campanha corajosa.”
A eurodeputada não hesitou em comentar a recente decisão do Governo de expulsar cerca de 18 mil imigrantes, considerando-a uma manobra para desviar a atenção de outros assuntos como o caso 'Spinumviva'. “É uma estratégia da extrema-direita que, quando sem respostas, tenta arranjar culpados. Mas aqui sabemos que ninguém se salva sozinho,” afirmou.
Joana Mortágua, deputada e cabeça de lista pelo BE em Setúbal, também se fez ouvir, enfatizando o património feminista do partido. “Não existe uma conquista feminista em Portugal que não tenha a marca do BE,” declarou, referindo que o grupo de oradoras no comício foi uma coincidência positiva.
Em resposta às declarações de Luís Montenegro sobre a violência doméstica, Mortágua fez uma crítica incisiva: “Quem menospreza esse problema não tem qualidades para ser primeiro-ministro. O machismo é o maior desafio de segurança pública em Portugal,” concluiu.
A data de 18 de maio foi destacada por Joana Mortágua como um dia em que “o voto pela liberdade das mulheres é um voto no BE.”