O patriarca latino de Jerusalém acredita que a nova liderança do Vaticano pode levar a uma melhoria nas relações entre Israel e a Santa Sé após a eleição do Papa Leão XIV.
Pierbattista Pizzaballa, patriarca latino de Jerusalém, expressou a sua convicção, em conferência de imprensa na sede do Patriarcado, de que as autoridades israelitas estarão motivadas a desenvolver uma relação mais próxima com o Vaticano após a recente eleição do Papa Leão XIV.
O cardeal destacou que a decisão de enviar o Presidente israelita, Isaac Herzog, à cerimónia de entronização no Vaticano, prevista para a próxima semana, é um indício disso. "Percebo isto como um claro desejo de melhorar as relações", afirmou Pizzaballa, referindo ainda a crítica detida pela ausência de representação oficial de Israel no funeral do Papa Francisco, onde o país foi representado apenas pelo embaixador.
A visita de Herzog, embora ainda não confirmada oficialmente, foi antecipada pelo jornal israelita The Jerusalem Post há dois dias.
Pizzaballa, que antes do conclave tinha sido apontado como um possível candidato ao papado, mencionou a existência de um entendimento “amplo e claro” entre os cardeais sobre as diretrizes a seguir após o falecimento de Francisco. "Existem dois conclaves: o mediático e o real", comentou sobre os rumores que o colocavam como favorito.
De forma mais abrangente, o patriarca sublinhou que a participação de cardeais de diversas nacionalidades no conclave demonstrou que um dos temas centrais foram as guerras em várias partes do mundo, não apenas na Ucrânia e em Gaza, mas também em regiões como o Sudão do Sul.
Pizzaballa sugeriu a necessidade de uma futura visita do Papa Leão XIV ao Médio Oriente, embora tenha reconhecido que isso exigirá tempo. "Deixem-no respirar", brincou, em tom descontraído.
O novo Papa, Robert Francis Prevost, foi eleito no dia 08 de maio, após dois dias de conclave na Cidade do Vaticano, e adotou o nome Leão XIV. Nascido em Chicago, Estados Unidos, Prevost faz parte da Ordem de Santo Agostinho e foi anteriormente prefeito do Dicastério para os Bispos. Ele sucede ao Papa Francisco, que faleceu no dia 21 de abril, aos 88 anos.