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Cancro do cólon: Alerta para rastreio precoce aos 40 anos

Médicos recomendam iniciar os exames de cancro do cólon aos 40 anos, face ao aumento preocupante de diagnósticos nesta faixa etária. O rastreio pode salvar vidas.

há 3 horas
Cancro do cólon: Alerta para rastreio precoce aos 40 anos

A preocupação com o aumento dos casos de cancro do cólon em populações mais jovens está a crescer entre profissionais da saúde. A Sociedade Americana do Cancro (ACS) revela que este tipo de cancro ocupa o terceiro lugar em termos de incidência, afetando tanto homens como mulheres.

Em média, um em cada 24 homens e uma em cada 26 mulheres desenvolverá cancro do cólon ao longo da vida, conforme dados da ACS. A evidência sugere que esses números podem continuar a aumentar a menos que sejam implementadas intervenções precoces.

Recentemente, houve uma mudança na maneira como se aborda o cancro do cólon, especialmente entre adultos jovens e de meia-idade. Tradicionalmente, considerava-se que esta doença afetava maioritariamente os mais velhos, mas a tendência atual indica que os diagnósticos precoces estão a surgir de forma alarmante na geração mais nova, impulsionados por fatores como mudanças nos hábitos alimentares.

Segundo a Colorectal Cancer Alliance, esta forma de cancro é atualmente a mais mortal entre os homens e o segundo mais mortal entre as mulheres jovens. Um relatório de 2024 dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) expôs "mudanças preocupantes" nas taxas de incidência do cancro colorretal, especialmente em indivíduos com menos de 45 anos.

As explicações para este aumento são variadas, mas muitos investigadores apontam a dieta ocidental, rica em alimentos processados e pobre em fibra, como um dos principais responsáveis. Pesquisas indicam que uma ingestão alta de gorduras e deficiente em fibras pode alterar de forma significativa o bioma intestinal, contribuindo para aumentar a susceptibilidade ao cancro do cólon.

A U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF), em 2021, já tinha revisto a idade recomendada para o rastreio, de 50 para 45 anos em adultos com risco médio. Contudo, novas investigações sugerem uma nova redução para os 40 anos. Um estudo recente publicado na JAMA Oncology demonstrou que o rastreio precoce pode não só diminuir a mortalidade, mas também a incidência do cancro.

Neste estudo, a equipa utilizou o teste imunoquímico fecal (FIT) e analisou 263.125 participantes entre os 40 e 49 anos. Os resultados mostraram que iniciar o rastreio aos 40 anos poderia resultar numa redução de 21% nos casos de cancro e 39% nas mortes associadas, em comparação com o início do rastreio aos 50 anos.

Além da alimentação inadequada, outros fatores como estilos de vida sedentários e a exposição a antibióticos também podem estar ligados ao desenvolvimento precoce da doença. Coral Olazagasti, professora assistente de oncologia médica no Sylvester Comprehensive Cancer Center da Universidade de Miami, expressou a sua preocupação ao afirmar que "já não se pode pensar que o cancro é uma doença dos mais velhos".

Os investigadores enfatizam a relevância do FIT para esta faixa etária e apoiam a ideia de que a idade para o rastreio deve ser inferior. Se você tem histórico familiar de cancro colorretal ou apresenta sintomas como sangramento retal, dor abdominal ou alterações nos hábitos intestinais, é essencial consultar um médico.

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