Economia

BRICS no Rio: União pela Diplomacia Multilateral e Contra Tarifas

há 1 dia

Ministros dos Negócios Estrangeiros do BRICS reúnem-se no Rio de Janeiro para reafirmar o multilateralismo, combater tarifas unilaterais e impulsionar uma reforma global na governança.

BRICS no Rio: União pela Diplomacia Multilateral e Contra Tarifas

Em reunião no Rio de Janeiro, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do BRICS iniciam encontro que decorrerá de segunda a terça-feira, defendendo uma postura crítica face a medidas unilaterais, independentemente da sua origem. O encontro, promovido pelo Brasil – atual detentor da presidência do grupo – tem como um dos principais objetivos reafirmar o compromisso com o multilateralismo.

Durante uma conferência de imprensa, o embaixador Mauricio Carvalho Lyro, secretário de Assuntos Económicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, sublinhou que o diálogo visa combater a crescente tensão gerada, em parte, pelas tarifas anunciadas unilateralmente pelos Estados Unidos, num movimento que aumentou as preocupações dentro do bloco, especialmente após a decisão de impor tarifas à China.

Além da crítica a medidas isoladas, o encontro pretende consolidar apoios a instituições multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), e reafirmar o compromisso com o Acordo de Paris, tema estratégico para o Brasil, que detém a maior floresta tropical do mundo e acolhe em novembro a COP30.

Outro ponto crucial a ser debatido é a reforma da governança global, especificamente no que diz respeito à representatividade no Conselho de Segurança da ONU, promovendo uma estrutura mais inclusiva e atual para os desafios contemporâneos. A discussão também passa pelo fortalecimento de regimes de paz e segurança, tendo em conta que alguns países do grupo estão, direta ou indiretamente, envolvidos em conflitos.

Fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o fórum BRICS tem vindo a expandir-se, contando atualmente com a presença de novos parceiros, como Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irão e Indonésia – e, possivelmente, a Arábia Saudita. Na terça-feira, ainda se somam à reunião os ministros de parceiros como Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

A conferência ministerial terminará com a assinatura de um documento final, cuja abordagem será posteriormente debatida na cimeira, agendada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro. Sob a presidência brasileira, prioridades como o combate às alterações climáticas, a utilização de moedas locais, o avanço da inteligência artificial e a integração dos novos membros ganham destaque na agenda dos BRICS.

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#DiplomaciaGlobal #BRICSUnidos #GovernançaInclusiva