Brasil eleva taxa de juro para 14,75%, a mais elevada desde 2006

No passado dia quarta-feira, o Banco Central do Brasil decidiu aumentar a taxa básica de juros em meio ponto percentual, estabelecendo-a em 14,75% ao ano, o valor mais elevado desde agosto de 2006. Este é o sexto aumento consecutivo, embora tenha sido mais moderado em comparação com as recentes subidas anteriores de um ponto inteiro.

A decisão, que foi unânime entre os membros da instituição, já era esperada pelo mercado, visto que o Banco Central tinha dado aviso prévio sobre esta possibilidade em março. No seu comunicado oficial, a autoridade monetária indicou que "o ambiente externo apresenta-se adverso e particularmente incerto, especialmente devido à situação económica e política nos Estados Unidos, com impactos na política comercial e suas consequências".

Adicionalmente, o Banco Central destacou a situação fiscal no Brasil, mencionando que tanto os fatores externos como internos têm exercido pressão sobre os preços e deteriorado as expectativas do mercado.

Em termos de inflação, o índice anual atingiu 5,48% em março, impulsionado principalmente pelos preços dos alimentos, ultrapassando a meta superior de 4,5%. Para o restante do ano, a previsão da instituição é que a inflação se fixe em 4,8%, uma revisão em baixa face à estimativa anterior de março, que era de 5,7%. Este valor também é similar à taxa de inflação que se esperava para o final de 2024, que se encontrava em 4,83%.