Brasil convoca empresários para abordar tarifas impostas por Trump
O Governo brasileiro inicia reuniões com exportadores na próxima terça-feira, em resposta às tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump sobre produtos brasileiros.

O Governo brasileiro agendou para terça-feira a primeira de uma série de reuniões com empresários de diversos setores afetados pela recente decisão de Donald Trump de aplicar tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil, a entrar em vigor a 1 de agosto. Este encontro visa ouvir os representantes empresariais e identificar as implicações do anúncio feito pelo Presidente dos Estados Unidos.
A primeira sessão do comité reunirá setores da indústria, seguida de uma outra que contará com a presença do influente agronegócio. Durante o dia, estão previstas intervenções de empresários dos setores de aviação, siderurgia, alumínio, celulose, máquinas, calçados, móveis, autopeças, citricultura, carnes, mel, frutas, couro e produtos do mar.
Os Estados Unidos representam cerca de 12% das exportações brasileiras, que alcançaram, no último ano, um valor de 40,3 mil milhões de dólares, enquanto as importações desse país totalizaram 40,5 mil milhões de dólares.
Trump justifica a sua decisão com a alegação de estar a proteger a economia norte-americana, descrevendo a situação do ex-Presidente Jair Bolsonaro como um exemplo de "perseguição".
No entanto, a resposta de Lula da Silva foi contundente. Na sexta-feira, ele comparou a situação atual com eventos nos Estados Unidos, sugerindo que se Trump tivesse sido brasileiro durante os acontecimentos do Capitólio a 6 de janeiro de 2022, teria enfrentado graves consequências.
Lula criticou ainda Eduardo Bolsonaro, que está atualmente nos EUA a fazer 'lobby' e a apoiar as tarifas de Trump. O Presidente brasileiro reiterou que o processo judicial em curso contra Jair Bolsonaro será conduzido de forma justa, assegurando que a culpabilidade será devidamente punida.