Política

"BE critica governos centristas por abrirem caminho à extrema-direita"

há 4 horas

Mariana Mortágua do BE responsabiliza os governos do centro por fortalecerem a extrema-direita e pede uma luta contra as desigualdades e a oligarquia.

"BE critica governos centristas por abrirem caminho à extrema-direita"

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, fez duras críticas aos "governos do centro", acusando-os de terem "aberto as portas" à extrema-direita e de não terem o direito de se queixar da sua ascensão. Durante o primeiro comício da campanha oficial, realizado na "Incrível Almadense", em Almada, Mortágua questionou: "De quem é que estes governos podem realmente queixar-se se não for de si mesmos?"

O evento, que teve como tema "A Esquerda Europeia com o BE", contou com a presença de figuras proeminentes do partido e lideranças de várias forças de esquerda estrangeiras, como Li Andersson (Aliança de Esquerda/Finlândia), Irene Montero (Podemos) e Manon Aubry (França Insubmissa).

Em um discurso de 20 minutos, Mortágua criticou a atuação de PS e PSD, apontando para as suas políticas que, segundo ela, provocaram a privatização dos serviços públicos e a degradação dos direitos laborais. "Esses governos têm sido cúmplices de uma agenda racista e de uma grave violação dos direitos humanos", enfatizou.

Mortágua destacou que a luta contra a extrema-direita deve se centrar no combate às oligarquias, defendendo a necessidade de taxar grandes fortunas e abordar as desigualdades sociais. "No dia 18 de maio, o teu voto vale tanto quanto o de um bilionário. E em Portugal, há 50 bilionários. Nós somos milhões", frisou, utilizando a canção “Mudar de Vida” dos Humanos como mote de campanha.

A coordenadora do BE sublinhou que "a resposta à extrema-direita não está em reproduzir as suas táticas ou ceder às suas estratégias, mas sim na defesa do Estado social". Mortágua alertou: "Nunca nenhum país se ergueu à custa dos mais fracos. Quando apontam o dedo aos imigrantes ou à carga fiscal, o que procuram é proteger a oligarquia."

Acusando a "oligarquia no poder" de querer esvaziar o Serviço Nacional de Saúde, a dirigente reforçou a importância da unidade entre os partidos de esquerda. O comício também ressaltou a criação da ELA - Aliança de Esquerda Europeia para os Povos e o Planeta, que se reunirá em congresso no Porto em junho.

Manon Aubry, eurodeputada francesa, criticou os líderes europeus que alegam falta de financiamento para serviços públicos enquanto investem em guerra, evocando a necessidade de "taxar os ricos". Irene Montero lembrou ainda a importância da solidariedade com a causa palestiniana, afirmando: "Se a Palestina morre, morre a humanidade".

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#LutaContraExtremaDireita #JusticaSocial #UniaoEsquerda