BE critica Governo por priorizar imigração em vez de saúde e habitação
Marina Mortágua denuncia que o Governo está a seguir a agenda da extrema-direita, em vez de focar nos problemas da saúde, habitação e clima.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Marina Mortágua, manifestou hoje a sua insatisfação em relação às prioridades do Governo, durante a sessão de encerramento da Convenção do BE/Açores em Ponta Delgada. Segundo Mortágua, a atuação do executivo nos últimos dias centrou-se nas alterações às leis da nacionalidade e imigração, em vez de abordar questões prementes como a subida dos preços das casas, a resolução das urgências no Serviço Nacional de Saúde, e a proteção dos mais vulneráveis face à onda de calor.
A coordenadora enfatizou que a proposta de lei relacionada com a nacionalidade foi a primeira a ser discutida no Conselho de Ministros, o que evidencia uma orientação que, segundo ela, é uma clara resposta à agenda da extrema-direita.
O líder regional do BE, António Lima, também aproveitou a ocasião para criticar o Governo Regional pela sua gestão da companhia aérea SATA, afirmando que, apesar das condições favoráveis para a sua recuperação, o executivo "conseguiu desperdiçar 453 milhões de euros em ajudas públicas, deixando a empresa em uma situação mais precária do que em 2020". Lima mencionou ainda que os problemas financeiros da SATA são resultado da má gestão e de ingerências políticas ao longo dos anos, reforçando que o modelo de transporte estabelecido sob a tutela de Passos Coelho está a custar caro à empresa e aos contribuintes.
O dirigente do BE acusou também o Governo Regional de aumentar a dívida pública em vez de promover justiça fiscal, afirmando que a maioria dos açorianos não viu benefícios com a redução de impostos para os mais ricos e, por sua vez, irá arcar com as consequências dessa dívida, que torna os Açores "a região mais desigual do país".
Por fim, António Lima comentou sobre as eleições autárquicas, afirmando que o BE irá lutar por uma política que assegure o direito à habitação, o respeito pelo ambiente e uma mobilidade que beneficie todos os cidadãos. Ele expressou a importância de um diálogo construtivo entre os partidos de esquerda, embora reconheça que a verdadeira convergência poderá não ser alcançada antes do pleito eleitoral.