Economia

Aumento do preço do café devido a possível tarifa dos EUA sobre importações brasileiras

A expectativa de uma tarifa de 50% sobre o café importado do Brasil impulsionou o aumento dos preços no mercado de futuros, levando a um alerta sobre os impactos na cadeia produtiva.

há 4 horas
Aumento do preço do café devido a possível tarifa dos EUA sobre importações brasileiras

O preço do café arábica sofreu uma reviravolta e registou uma subida no mercado de futuros da Inter Continental Exchange (ICE), após o anúncio dos Estados Unidos sobre a intenção de aplicar uma tarifa adicional de 50% às importações do Brasil, o maior produtor global de café, a partir de 1 de agosto.

Os contratos futuros do café aumentaram até 3,2%, atingindo 2,95 dólares por libra, comparados a 2,52 euros por libra na quarta-feira. Contudo, os preços ajustaram-se, terminando a sessão em 2,89 dólares por libra.

Desde o dia 28 de abril, o preço do café arábica apresentava uma tendência de queda devido a previsões de colheitas mais promissoras no Brasil e noutros países produtores. O valor máximo registrado em 2025 foi em 13 de fevereiro, com 4,33 dólares por libra.

Pela análise da Trading Economics, os especialistas do Rabobank advertem que os consumidores americanos poderão enfrentar aumentos nos preços do café, a menos que sejam concedidas isenções sobre produtos que não têm uma produção interna viável.

Apesar das preocupações quanto às tarifas, os comerciantes observaram que condições climáticas favoráveis no Brasil auxiliam os processos de colheita e secagem, permitindo que novos lotes sejam disponibilizados no mercado de forma ágil.

As expectativas mantêm-se positivas quanto a uma colheita robusta no segundo semestre do ano, apoiada pela nova colheita brasileira. No entanto, também há pressão proveniente de outras regiões, como a Colômbia, onde a produção de arábica caiu 22% em comparação com o ano anterior, marcando a terceira redução mensal consecutiva.

A Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) manifestou preocupações na quinta-feira, alertando para "impactos extremamente negativos e relevantes" na cadeia produtiva caso a tarifa de 50% seja implementada. A ABIC sublinha que os Estados Unidos são o principal consumidor mundial de café e dependem fortemente dos países produtores, como o Brasil.

Para a associação, a sanção, que foi comunicada "de forma unilateral", representa um "grave retrocesso" nas relações comerciais entre os dois países e poderá prejudicar a competitividade das exportações, pressionando os preços num contexto de reorganização do mercado global.

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