A PSP alerta para um crescimento alarmante das burlas relacionadas com falsos acidentes. Mais de 100 queixas este ano evidenciam a urgência da prevenção.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) fez um apelo à população sobre o crescimento das burlas associadas a falsos acidentes, alertando que, desde o início do ano, já foram registadas mais de 111 queixas. Este fenómeno, que já representa cerca de 58% do total das ocorrências até agora, preocupa as autoridades.
Os burlões costumam abordar as vítimas durante manobras, frequentemente em estacionamentos de grandes superfícies, alegando que a vítima colidiu com o seu veículo e exigindo compensações em dinheiro. A PSP refere que, na maioria das vezes, as vítimas são pessoas mais velhas, que podem ser facilmente coaccionadas a entregar valores. Os burlões utilizam táticas de intimidação e, em alguns casos, simulações de dor física para dar ainda mais credibilidade à situação.
As abordagens podem ocorrer enquanto a vítima está parada no seu carro ou já em movimento, com o suspeito a segui-la em outro veículo e a comunicar através de sinais ou gestos para que pare. Curiosamente, em algumas situações, não há qualquer envolvimento direto de veículos, mas o autor pode alegar um atropelamento ou danos em bens pessoais, como telemóveis.
Após a abordagem, o burlão tenta convencer a vítima a pagar de imediato pelos danos, sem que se faça qualquer participação do acidente ou contacto com a polícia, alegando que isso evitará conflitos e tornará o processo mais rápido. A PSP também identificou casos em que os burlões utilizam terminais de pagamento automático, insistindo no pagamento imediato pelos danos supostamente causados.
Durante os últimos quatro anos, a PSP contabilizou cerca de 625 denúncias relacionadas com este tipo de crime, sendo que no ano passado as queixas aumentaram em 47% comparativamente a 2023.
O horário mais comum para essas burlas ocorre entre as 10h00 e as 16h00, especialmente em áreas de estacionamento e vias com baixo tráfego. A polícia aconselha todos a adotarem precauções: nunca pague em dinheiro por situações em que não é claro que tenha responsabilidade, e desconfie de abordagens onde o autor não deseja envolver a polícia ou acionamento do seguro.
Se perceber que está a ser seguido, evite parar em áreas isoladas e, no caso de ser necessário, opte por parar em locais com movimento. A PSP recomenda também que se recolha o máximo de informações sobre os burlões, como características físicas e informações sobre os veículos utilizados.