Aumenta a popularidade das transferências imediatas em 2024

De acordo com o Relatório de Sistemas de Pagamentos de 2024, divulgado pelo Banco de Portugal, as transferências imediatas registaram um crescimento notável de 46,4% em número de operações e 47,2% em valor durante o ano anterior.

No entanto, o Banco de Portugal sublinha que, apesar deste aumento significativo, as transferências imediatas representam apenas 0,4% do total de operações e 3,6% do valor das transações processadas. Este método de pagamento distingue-se das tradicionais transferências 'a crédito', uma vez que o valor é creditado de imediato na conta do destinatário, eliminando a espera de dias.

Historicamente, a utilização das transferências imediatas era limitada, em parte pela falta de adoção por parte de algumas instituições financeiras e, fundamentalmente, devido aos custos mais elevados associados. Contudo, desde janeiro de 2024, os bancos são obrigados a não cobrar taxas mais altas pelas transferências imediatas em comparação com as transferências normais. Espera-se, assim, um aumento considerável na sua adoção, com clientes a optar por esta modalidade pela sua conveniência.

No que diz respeito a outros meios de pagamento, os cartões continuaram a ser a escolha mais popular, representando 89,5% do total de operações no sistema SICOI (Sistema de Compensação Interbancária), com uma média diária de 11,5 milhões de pagamentos. O pagamento por tecnologia 'contactless' manteve-se em alta, contabilizando mais de metade das compras com cartão, com 56,7% do total.

O Banco de Portugal ainda destaca que as transações 'contactless' são predominantemente utilizadas no comércio a retalho, que absorveu 59% do valor total, seguido pela restauração, com 17,6%.

Até ao final de 2024, havia 30 milhões de cartões ativos emitidos em Portugal, o que representa um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Cada habitante, em média, possuía 2,8 cartões de pagamento, dos quais 25,5 milhões incluíam tecnologia 'contactless'. O SICOI, em suma, processou cerca de 4,7 mil milhões de operações em 2024, totalizando 776,7 mil milhões de euros, num crescimento de 11,2% em quantidade e 4,9% em valor comparado com 2023.

O crescimento verificado nos pagamentos a retalho em Portugal é indicativo do desenvolvimento da atividade económica.