Ataques russos cortam pela metade a produção de gás na Ucrânia
Infraestruturas energéticas atingidas durante o inverno levaram a uma queda de 50% na produção de gás, levando o Governo a apostar em importações e na diversificação de fontes.
Desde a invasão iniciada em fevereiro de 2022, a Rússia intensificou os seus ataques às instalações energéticas ucranianas, focalizando, no último inverno, as centrais de produção de gás e petróleo. Segundo o primeiro-ministro Denys Chmygal, “o inimigo efetuou sucessivos ataques massivos às infraestruturas de produção de gás, resultando numa perda que atinge quase 50% da produção global do país”, conforme divulgado em comunicado citado pela AFP.
O Governo ucraniano está a envidar esforços para mitigar os efeitos desta drástica diminuição, nomeadamente através de importações e do fortalecimento das parcerias internacionais. “Estamos a diversificar as fontes de energia, de modo a garantir um fornecimento suficiente de gás para o próximo inverno e a facilitar o trabalho das empresas privadas no setor para impulsionar a produção nacional”, afirmou Chmygal.
Recentemente, diversos ataques russos atingiram instalações de produção de gás, sobretudo nas regiões de Poltava e Kharkiv. Dados da imprensa ucraniana indicavam que, no final de março, a capacidade de produção de gás do país diminuíra em quase 40%, forçando a dependência de importações para o período frio.
Apesar de uma ligeira recuperação no ano seguinte após uma queda de 6% em 2022, a produção interna registou um aumento de 2% em 2024, ultrapassando os 19 mil milhões de metros cúbicos. Pela primeira vez, a Ucrânia encerrou o inverno contando exclusivamente com gás produzido internamente, fruto de uma decennial mudança de estratégia, que afastou a dependência do fornecimento russo.
