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APROSOC alerta que substituição do SIRESP não resolverá problemas estruturais

há 2 dias

A APROSOC adverte que apenas a troca da rede SIRESP não trará melhorias, citando falhas de gestão governativa e apelando a soluções mais robustas e efectivas.

APROSOC alerta que substituição do SIRESP não resolverá problemas estruturais

A Associação de Proteção Civil (APROSOC) emitiu um comunicado esta manhã, onde expressa a sua preocupação de que, caso o Governo se limite a substituir a rede SIRESP, "tudo ficará na mesma". A associação sublinha que "não existe sistema que resista a tanta inépcia governativa e administrativa".

Após a recente falha da rede durante um apagão, o Governo anunciou a formação de uma equipa técnica e multissetorial para a "substituição urgente" do SIRESP, prometendo apresentar resultados em até 90 dias. Contudo, a APROSOC defende que as questões subjacentes que levaram a estes problemas têm a ver com a actuação de "sucessivos governos" desde a implementação do sistema.

A associação afirma: "As soluções que propusemos foram inúmeras e, mesmo assim, não houve consideração por parte das autoridades. O que é mais grave é que, além do pouco que foi feito, os Governos faltaram à verdade sobre a magnitude da situação." A APROSOC assinala que o problema das comunicações de emergência não decorre da falta de investimento, mas de "interesses instalados" que mereceriam uma investigação judicial.

"O investimento foi excessivo e desnecessário, como no caso da ligação via satélite, que visava esconder a gestão inadequada da antiga administração da PT", acusam. A APROSOC realça que um sistema de comunicações emergente deve garantir cobertura abrangente, capacidade de tráfego, interligação eficiente, autonomia energética e manutenção adequada.

Com a recente falência da rede, foram evidenciadas várias falhas, incluindo a ausência de repetidores operacionais, falta de formação adequada dos profissionais, dificuldades na disseminação de recomendações de autoproteção, e a ineficácia na articulação entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e os Serviços Municipais de Proteção Civil (SMPC).

A rede SIRESP tem sido alvo de controvérsias desde a sua implementação, com alterações significativas ocorrendo após os incêndios de 2017. As falhas recorrentes, como as observadas durante o recente apagão, destacam a necessidade urgente de reformulação não apenas da infraestrutura, mas também da abordagem à gestão de emergências.

A SIRESP serve como a principal rede de comunicações do Estado Português para situações de emergência, apoiando mais de 40.000 utilizadores e processando anualmente mais de 35 milhões de chamadas.

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