António Filipe destaca candidatura presidencial como uma opção suprapartidária
O candidato às presidenciais de 2026, António Filipe, afirmou que a sua campanha vai além do apoio partidário do PCP e procura unir todos os cidadãos à volta da função presidencial.

Na sua apresentação como candidato às eleições presidenciais de 2026, António Filipe sublinhou que a sua campanha conta com o "apoio do PCP", mas enfatizou que não se limita a um contexto partidário. "A Presidência da República é um órgão suprapartidário e a minha candidatura se dirige a todos os portugueses", afirmou durante o programa 'Importa-se de repetir?' na SIC Notícias.
António Filipe expressou preocupação com o facto de "a Direita controlar todos os órgãos da soberania", referindo que a Assembleia da República, o Governo e a Presidência estão sob influência do PSD. Ele defendeu que o papel do Presidente deve ser de garantia do respeito pela Constituição, exercendo uma função de arbitragem.
Quando questionado sobre a posição de António José Seguro e Luís Marques Mendes em relação aos valores de Abril, António Filipe frisou que a sua abordagem quanto ao exercício das funções presidenciais difere. "Não faço juízo de valor sobre eles, mas defendo que o Presidente da República deve respeitar os limites das suas competências e não deve agir com excesso de ímpeto", declarou.
A candidatura de António Filipe surge após o consenso unânime do PCP para apresentar a sua candidatura. Em relação a outros candidatos, Filipe afirmou que não se identifica com quem pertence ao "centrão". Sobre a presença de um candidato militar na corrida, disse que, apesar de não ter sido influenciado pela sua candidatura, reconhece o direito dos militares a concorrer.
O ex-vice-presidente da Assembleia da República avaliou que a sua candidatura possui um espaço próprio que apela a todos os cidadãos e que é isenta de qualquer carácter partidário. "A minha experiência anterior demonstrou que sou capaz de construir pontes entre diferentes forças políticas", acrescentou.
Relativamente à situação atual da corrida a Belém, António Filipe destacou que "está zero a zero" e que não há um candidato empossado. "Estamos a receber apoios que transcendem o PCP, incluindo de pessoas que anteriormente votaram por outros partidos", disse, manifestando uma expectativa positiva para a sua campanha.
António Filipe pretende centrar a sua abordagem nas questões mais relevantes para a vida da população, afastando-se de discursos excessivamente taticistas. "O papel do Presidente da República é importante, mesmo que não governe, e deve estar atento aos problemas que afetam os cidadãos", concluiu.
O candidato concluiu reiterando que, se for eleito, fará um trabalho distinto do atual Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, mencionando que este último esteve "mal" em certas decisões, como a dissolução da Assembleia após a rejeição do Orçamento do Estado em 2022. "Os meus verdadeiros adversários são aqueles que estão no terreno, com os quais me distancio pela minha visão única", finalizou.