Angola busca investidores privados para potenciar novo aeroporto

O ministro dos Transportes de Angola, Ricardo de Abreu, revelou na abertura do 2.º Fórum de Transporte e Logística que o país está a buscar atrair investimento privado, tanto nacional como internacional, para o novo Aeroporto Internacional António Agostinho Neto (AIAAN). O governo angolano manifesta a necessidade de um capital que promova o desenvolvimento interno, destacando que "Angola já não pode viver da ilusão dos recursos inacabáveis".

Durante o evento, que teve como tema "O Novo Aeroporto como Pólo de Desenvolvimento Económico para o País", o ministro enfatizou que a nova infraestrutura, multiuso e implantada numa vasta área de 30 quilómetros quadrados na província de Icolo e Bengo, representa um marco para o crescimento do transporte aéreo e a integração logística, posicionado Angola como um 'hub' regional e intercontinental.

O AIAAN, inaugurado em 2023 após um investimento de cerca de 2,5 mil milhões de euros, constitui "um ponto de viragem" na inserção de Angola no contexto global e na construção de uma reputação junto de parceiros internacionais que apoiam o potencial do país.

Ricardo de Abreu alertou, no entanto, de que a transformação de Angola num verdadeiro 'hub' vai além da construção de um novo aeroporto, exigindo um compromisso coletivo. A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) deve assumir um papel fundamental neste novo ciclo, enquanto a TAAG, companhia aérea nacional, deve intensificar seus esforços na gestão e na melhoria do atendimento ao cliente, assegurando segurança e conforto.

O ministro comentou que "o sucesso depende de disciplina operacional, foco nos resultados e respeito por padrões internacionais", e frisou que não se pode permitir que interesses individuais ou dúvidas internas comprometam o desenvolvimento alcançado.

Além disso, Ricardo de Abreu sublinhou a relevância de uma estratégia logística abrangente que interligue o AIAAN a outras infraestruturas, como portos e caminhos-de-ferro, ampliando a conectividade de Angola na África Austral e Central.

O ministro também referiu a importância de formar uma nova geração de profissionais aeronáuticos qualificados e motivados, que estejam prontos para liderar este processo transformador. "O que nos impede muitas vezes não são obstáculos técnicos, mas sim a mentalidade cética de quem duvida das suas capacidades", concluiu o ministro, reafirmando o compromisso com a modernização das infraestruturas aeroportuárias do país.