Anfiteatro da Biblioteca Nacional será restaurado com apoio do PRR
Com financiamento do PRR, o anfiteatro da Biblioteca Nacional de Portugal será reabilitado, incluindo também uma sala de reservados. A empreitada deverá estar finalizada em menos de um ano.

O anfiteatro da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) receberá obras de restauro, financiadas através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A empreitada, a ser lançada nos próximos meses, visa reabilitar não só o anfiteatro em si, mas também uma sala de reservados, onde se guardam livros raros e manuscritos. Segundo o diretor-geral da BNP, Diogo Ramada Curto, a instituição está agora na fase final da revisão dos projetos e espera iniciar os trabalhos em breve, com a conclusão prevista para metade do próximo ano.
O investimento total para esta obra ascende a um milhão e cem mil euros, com uma pequena contribuição da própria biblioteca. “Estamos comprometidos em cumprir os prazos estabelecidos”, sublinhou Ramada Curto.
O anfiteatro, que será acessível ao público, será convenientemente integrado com os espaços adjacentes que não têm sido utilizados há vários anos. A BNP está igualmente a implementar um outro projeto do PRR, dedicado à conservação, digitalização e catalogação do seu amplo acervo, num valor total de sete milhões de euros.
“Desde que assumimos a direção, a execução do projeto aumentou de 11% para cerca de 60%”, afirmou Ramada Curto, destacando o impacto positivo do PRR sobre a digitalização das coleções.
A Biblioteca Nacional alberga uma vasta coleção de livros raros e toda a produção bibliográfica nacional, distribuída em 15 andares. As coleções especiais incluem a maior coleção de livros portugueses desde o século XV, assim como uma significativa coleção de música antiga.
As oficinas de restauro são uma prioridade na conservação do património da BNP. “A conservação e encadernação são fundamentais. Temos uma equipa dedicada e comprometida a trabalhar nas oficinas”, explicou o diretor.
O restauro de cartazes, livros impressos e manuscritos exige um trabalho cuidadoso e pode levar desde três semanas até meses, especialmente para volumes raros. No momento, um manuscrito do século XVII aguarda restauração.
Entre os tesouros da BNP encontram-se também documentos de Fernando Pessoa, cuja coleção está a ser organizada digitalmente. “Estamos a desenvolver dois projetos piloto: uma plataforma digital sobre Camões e outra sobre Pessoa, em colaboração com a estrutura de missão para as comemorações do 5.º centenário de Camões”, revelou Ramada Curto.
Estes projetos visam dar maior visibilidade às coleções especiais da BNP, a partir de cerca de 230 espólios de escritores e intelectuais que a biblioteca tem vindo a acumular.