Al Jazeera reata atividades na Cisjordânia após levantamento de proibição

A estação televisiva Al Jazeera voltou a ser autorizada a operar nos Territórios Palestinianos Ocupados, especificamente em partes da Cisjordânia. A notícia foi confirmada pelo chefe de estação, Walid Omari, que revelou que o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, decidiu levantar a interdição imposta à rede de notícias, permitindo que as suas equipas reiniciassem o trabalho a partir de amanhã, terça-feira.

Uma fonte oficial da Autoridade Palestiniana corroborou a informação junto da AFP. A Autoridade tinha anunciado a suspensão das atividades da Al Jazeera em 1 de janeiro, acusando a cadeia de "incitação à sedição" e de "ingerência". De acordo com a agência palestiniana Wafa, a decisão resultou da "insistência da Al Jazeera em veicular conteúdos e reportagens que distorcem a verdade".

A Al Jazeera criticou a suspensão, afirmando que ocorreu num momento em que a Autoridade Palestiniana tentava desencorajar a cobertura do agravamento da situação nos Territórios e após "uma campanha de intimidação" dirigida aos seus jornalistas. A Autoridade, sob a liderança de Mahmoud Abbas, exerce uma autoridade administrativa parcial na Cisjordânia, que está sob ocupação israelita desde 1967.

Desde 2025, a situação de segurança em Jenine, no norte da Cisjordânia, tem estado tensa, com as forças de segurança palestinianas envolvidas em confrontos com fações armadas. A Autoridade já tinha classificado a suspensão como "temporária", com um porta-voz a indicar que as restrições permaneceriam até que a Al Jazeera seguisse os princípios éticos do jornalismo.

Em maio de 2024, a atividade da Al Jazeera foi novamente proibida por Israel, que fechou os seus escritórios, numa escalada do conflito antigo entre o meio de comunicação e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acentuada durante a ofensiva militar em Gaza.