Agências de Cabo Verde anteveem redução de preços com novos voos de baixo custo
Agências de viagens em Cabo Verde esperam que a introdução de voos low-cost atraia mais turistas e contribua para a diminuição dos preços das viagens.

A introdução de novas rotas aéreas de baixo custo para Cabo Verde é vista como uma oportunidade para o sector turístico, de acordo com declarações de várias agências de viagens ao serviço da Lusa. Marvela Rodrigues, da agência Praiatur, expressou a esperança de que a Easyjet, que começará a operar voos diretos entre Lisboa e Porto para a capital Praia e outras ilhas a partir de outubro, leve a uma diminuição dos preços.
Isabel Fortes, da Isa Tour, afirmou que a entrada de novas companhias aéreas é sempre benéfica, pois amplia a oferta disponível tanto para agências como para clientes, estimulando a diáspora a viajar e a considerar retornar a Cabo Verde.
Por seu lado, Patrick dos Santos, da Alô Cabo Verde Tour, destacou que qualquer redução de preços é vantajosa. No entanto, ele alertou que os preços dos bilhetes promocionais podem aumentar com o custo adicional da bagagem, já que muitas famílias cabo-verdianas viajam com malas.
Além disso, a frequência dos voos nem sempre será diária, o que pode permitir a manutenção dos preços por parte de outras companhias aéreas. Apesar das promessas de novas ligações, Patrick dos Santos sublinha que as agências enfrentam o desafio de garantir uma boa experiência turística, mencionando a necessidade de melhorias em áreas como segurança e limpeza.
Marvela Rodrigues também reconhece o potencial para a criação de empregos diretos, mas alertou para a urgência de melhorias na restauração e na oferta de alojamento na ilha de Santiago, onde se encontra a Praia. Ela afirmou que, com a chegada de mais turistas, é imprescindível que a oferta turística seja organizada e ampliada, especialmente em épocas festivas como o Natal.
Alexandre Lopes, da Diocesana Tours, manifestou otimismo sobre o impacto positivo que esta nova opção aérea terá na diáspora, evidenciando que mais conexões podem resultar em mais visitantes e um desenvolvimento económico significativo para o país. Contudo, reafirmou a necessidade de diversificar a oferta turística para que se torne mais sustentável.
O aumento das ligações aéreas regulares com a Europa tem impulsionado o turismo em Cabo Verde, levando o país a atingir a marca de 1,2 milhões de hóspedes em 2024. O turismo, junto a actividades afins, constitui o principal pilar da economia cabo-verdiana, com receitas que ultrapassam os 500 milhões de euros, representando mais de 70% das exportações. O PIB do país cresceu 7,3% neste ano.
Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro do arquipélago, indicou que o sector ainda tem espaço para crescer e sublinhou a importância de diversificar a oferta turística além do tradicional “sol e praia”.