Política

A Urna de Igualdade: Relembrando as Eleições de 1975

há 1 semana

Uma exposição na Fundação Gulbenkian celebra as primeiras eleições livres em Portugal, revelando os desafios e inovações que conduziram à democracia.

A Urna de Igualdade: Relembrando as Eleições de 1975

Uma viagem no tempo – Na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, encontra-se a exposição "Haverá Eleições. 1975", que reúne vídeos, cartazes, capas de jornais e outros documentos que relataram os momentos decisivos das primeiras eleições livres e os passos que culminaram na Constituição de 1976.

Numa localização que foi centro tanto de imprensa como de escrutínio, o politólogo Pedro Magalhães, curador da mostra, conduz os visitantes por uma narrativa que abrange desde as restrições ao voto das mulheres antes do 25 de Abril até à intensa propaganda do regime e às tumultuadas repercussões do golpe que pôs fim à ditadura.

Inovações e imprevistos – Sem uma infraestrutura eleitoral preparada, as Forças Armadas tiveram um papel crucial, encomendando câmaras de voto e distribuindo os boletins – que inclusive chegaram a ser produzidos com papel importado da Suécia. Em simultâneo, a precariedade do recenseamento obrigou a utilização de fundos da PIDE/DGS, configurando uma realidade em que a improvisação e a determinação pavimentaram o início da democracia.

A exposição divide-se em seis núcleos que, através de instalações com diversos ecrãs, apresentam imagens históricas e declarações de figuras ilustres como Salgueiro Maia e Mário Soares, contextualizando o cenário político da época. Materiais educativos, entre os quais se inclui uma banda desenhada direcionada às crianças, explicam o processo de votação a uma população então amplamente analfabeta.

No módulo final, os visitantes têm a possibilidade de deixar o seu desejo para os próximos 50 anos, num ato que simboliza a simplicidade e a cede de voz que marcou a noite eleitoral e que, por um breve instante, tornou todos os cidadãos iguais.

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