A União Europeia reafirma compromisso com o desenvolvimento global: "Uma luta pela dignidade humana"
Em Sevilha, Ursula von der Leyen destaca necessidade urgente de financiamento para o desenvolvimento e firmeza do compromisso da UE em promover a dignidade humana.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reiterou hoje o compromisso da União Europeia e dos seus Estados-membros em prol do desenvolvimento global, definindo esta missão como uma "luta pela dignidade humana".
Durante a abertura da 4.ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em Sevilha, Espanha, Von der Leyen reconheceu que os objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos há dez anos estão ainda longe de ser alcançados, apontando que a principal razão para este atraso reside na insuficiência do financiamento.
“Hoje, quero emitir uma mensagem clara: A União Europeia nunca desistirá. Continuaremos a lutar”, declarou a líder europeia, enfatizando o papel essencial da UE e dos seus Estados-membros na promoção da dignidade humana e na proteção do planeta.
Von der Leyen destacou que a UE é responsável por 42% da ajuda ao desenvolvimento global, equivalendo a 95,9 mil milhões de euros em 2023 e mencionou que países da UE reestruturaram ou cancelaram dívidas que ascendem a mais de 300 mil milhões de dólares pelo Clube de Paris.
A presidente da Comissão European chamou a atenção para a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento, que não se concentre apenas na quantidade de ajuda mas também na qualidade dos mecanismos utilizados. Este novo caminho deve incluir a promoção de uma fiscalidade mais eficiente e um maior envolvimento do setor privado, assim como uma abordagem distinta em relação à dívida.
Von der Leyen também salientou a importância de uma arquitetura financeira internacional que seja mais justa e inclusiva, adaptando-se aos atuais desafios globais. Embora reconheça que o multilateralismo enfrenta dificuldades, reafirmou que continua vivo e em ação.
A líder da Comissão já havia sublinhado, no domingo, a relevância das energias renováveis na luta contra a desigualdade, com um plano ambicioso de triplicar a sua presença em África, favorecendo o acesso à eletricidade e criando oportunidades de emprego.
Estão presentes em Sevilha mais de 60 líderes mundiais e cerca de 4.000 representantes da sociedade civil, reunidos para revitalizar a ajuda ao desenvolvimento, que, segundo a ONU, enfrenta um défice anual de quatro biliões de dólares (cerca de 3,4 biliões de euros). Este evento ocorre uma década após o anterior encontro realizado na Etiópia, em 2015, e será oficialmente adotado o "Compromisso de Sevilha".