A bolsa de Nova Iorque encerrou a sessão em alta, alicerçada na esperança de um alívio na disputa comercial, após EUA e China anunciarem uma significativa redução nas taxas alfandegárias.
A bolsa nova-iorquina terminou hoje com resultados positivos, impulsionada pelas expectativas de uma redução nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. O acordo firmado entre os dois países prevê uma diminuição expressiva das tarifas aduaneiras, o que trouxe um ânimo palpável aos investidores.
Na sessão de hoje, o índice Dow Jones Industrial Average subiu 2,81%, enquanto o Nasdaq, que mede o desempenho das empresas tecnológicas, registou um avanço de 4,35%. O S&P 500, que representa uma vasta gama de ações, cresceu 3,26%.
Christopher Low, especialista da FHN Financial, comentou que "a praça bolsista está bastante satisfeita e aliviada pelo entendimento alcançado com a China no último fim de semana", realçando a importância deste passo para os mercados financeiros.
O acordo consiste na diminuição das taxas alfandegárias em 115 pontos percentuais, uma resposta à escalada iniciada por Donald Trump em abril. Com o novo entendimento, os EUA vão aplicar uma taxa de 30% sobre as importações provenientes da China, enquanto a China impôs 10% sobre os produtos dos EUA.
Esta suspensão, que terá uma duração de 90 dias e entra em vigor até 14 de maio, foi anunciada em no final de dois dias de negociações em Genebra, conforme comunicado oficial dos representantes dos dois países.
Low também mencionou que "a reação do mercado teria sido ainda mais entusiástica se não se tratasse apenas de uma pausa", mas acredita que o entusiasmo dos investidores poderá pressionar Trump e Xi Jinping a avançar para um acordo definitivo.
Jose Torres, da Interactive Brokers, resumiu a situação afirmando que "os investidores encontraram uma luz no final do túnel comercial, que parecia extremamente obscuro no outubro passado". Este desenvolvimento é visto como um primeiro sinal de abrandamento na guerra comercial, que causou preocupação nos mercados financeiros e acendeu receios de inflação e desaceleração económica a nível global.
Adam Turnquist, da LPL Financial, antecipa que "a transição entre taxas alfandegárias, retaliações e, finalmente, acordos comerciais é uma sequência crucial para a recuperação dos mercados".
Na próxima terça-feira, todos os olhos estarão voltados para a divulgação do índice de preços ao consumidor referente ao mês de abril, uma informação muito aguardada pelos operadores do mercado. Este dado será crucial, dado que "os economistas acreditam firmemente que as empresas transferem os custos das tarifas aduaneiras para os consumidores", o que poderá ser refletido nos números de abril, conforme antecipou Low.