A AEVP solicita ao governo português a implementação de colheita em verde e destilação de crise devido à elevada produção e redução das vendas de vinho do Porto.
A Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP) emitiu um pedido urgente ao Ministério da Agricultura para a ativação das medidas de colheita em verde e destilação de crise. Estas medidas são cruciais para permitir a compensação dos viticultores que enfrentam dificuldades na comercialização dos seus produtos, conforme referiu a associação em comunicado.
A AEVP também propõe a implementação da destilação de crise, que obrigaria à compra de vinho a fim de aliviar os elevados níveis de stocks e permitir uma melhor gestão da vindima de 2025. Esta iniciativa é vista como uma forma de desobstruir o armazenamento atual e promover a reposição dos vinhos disponíveis no mercado.
Desde o ano 2000, as vendas de vinho do Porto têm vindo a decrescer, com uma perda de um terço do mercado, uma situação que se agravou em 2024. Tal circunstância é acompanhada por um aumento sem precedentes nos stocks, que atingem valores nunca antes vistos, além da produção média das últimas cinco vindimas, que se fixou em 135,3 milhões de litros.
A AEVP salienta que a ausência de resposta a este apelo poderá exacerbar uma crise já existente no sector, que exige intervenções estruturais para alinhar a oferta de vinhos com a sua procura. A associação defende que, sem as medidas solicitadas, a Região Demarcada do Douro poderá enfrentar perdas significativas na sua rentabilidade.
A AEVP representa 33 empresas sem fins lucrativos, que aglutinam 63% da comercialização total de vinhos da Região Demarcada do Douro e 80% do vinho do Porto.