UE solicita a Cuba que reconsidere a detenção de opositores

A União Europeia (UE) pediu à Cuba que reconsiderasse a decisão de revogar a liberdade condicional de duas figuras da oposição, José Daniel Ferrer e Félix Navarro. Esta revogação ocorreu após a libertação antecipada de 553 detidos, incluindo presos políticos, como parte de um esforço de Cuba para responder a pressões internacionais e melhorar a sua imagem.

No entanto, na terça-feira, o Supremo Tribunal Popular de Cuba justificou a revogação com o incumprimento das obrigações impostas às liberdades concedidas, conforme estipulado pela legislação cubana.

Um dia após a revogação, o Serviço Europeu para a Ação Externa lamentou a decisão e pediu às autoridades cubanas que libertassem todos os indivíduos detidos por exercerem pacificamente os seus direitos de expressão e reunião. O porta-voz do SEAE, Anouar El Anouni, reiterou a necessidade de respeitar os direitos humanos e de assegurar que todos, incluindo opiniões divergentes, possam usufruir das suas liberdades fundamentais.

A UE anunciou também que irá monitorizar de perto a situação dos direitos humanos em Cuba e utilizará os mecanismos apropriados para manifestar as suas preocupações, conforme estipulado no Acordo de Diálogo Político e Cooperação com Havana.

A decisão de Cuba foi igualmente criticada pelos Estados Unidos. A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, condenou a detenção de Ferrer, da sua família e de outros ativistas, sublinhando a injustiça destas ações.

Por outro lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cuba reagiu de forma contundente, acusando a UE de ingerência e de violação da soberania nacional. Alejandro Garcia, responsável pelos assuntos bilaterais Cuba-EUA, referiu que Cuba não deve tolerar ações da embaixada norte-americana que possam interferir nos assuntos internos do país.

José Daniel Ferrer tem enfrentado detenções desde 2003, sempre recusando o exílio em troca da liberdade, e permanece ativo na defesa dos direitos humanos, enquanto Félix Navarro tem uma trajetória de perseguições semelhantes sob a vigilância do regime cubano.