O Banco Europeu de Investimento junta-se ao Family Bank do Quénia para canalizar 100 milhões de euros em apoio a empresas de mulheres e jovens, reforçando a economia local.
O Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Family Bank do Quénia estabeleceram um acordo que permitirá mobilizar 100 milhões de euros para financiar negócios detidos ou dirigidos por mulheres e jovens empreendedores no Quénia. Este compromisso foi assinado durante a abertura do segundo Fórum Empresarial União Europeia (UE) - Quénia, realizado em Nairobi.
A iniciativa visa potenciar o fundo de maneio e os investimentos de pequenas e médias empresas (PME), incentivando principalmente os sectores do comércio e da agricultura. O BEI irá disponibilizar uma linha de crédito de 50 milhões de euros, que será equiparada pelo Family Bank.
Thomas Ostros, vice-presidente do BEI, destacou a importância de impulsionar o setor privado para fortalecer a indústria e os serviços, sublinhando que o apoio às PME é crucial dado seu impacto significativo na economia regional.
O acordo prevê que pelo menos 50% do financiamento se destine a empresas sob a gestão ou propriedade de mulheres, e um adicional de 30% a jovens empreendedores. Nancy Njau, presidente do Family Bank, reforçou que as PME constituem mais de 80% da base de clientes, revelando um potencial de crescimento notável nesse segmento.
A parceria permitirá incrementar a oferta de crédito e ajustar as soluções financeiras às necessidades específicas das PME em diversas cadeias de valor. Esta ação insere-se na estratégia "Global Gateway" da UE, que fomenta sectores essenciais para oQuénia, como comércio, agricultura, indústria, serviços e ação climática.
No seu discurso de abertura do fórum, o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, reafirmou a intenção da UE de solidificar laços comerciais com África, especialmente num contexto global de crescente incerteza comercial, intensificada por decisões da administração dos EUA.
O Fórum UE-Quénia, que este ano se centra no comércio digital, reúne dignitários do Governo queniano e da UE, bem como líderes empresariais e investidores, com o propósito de fomentar o diálogo estratégico e facilitar o comércio bilateral. A agenda inclui painéis dedicados a temas como comércio eletrónico, tecnologia 'blockchain', inteligência artificial, pagamentos digitais seguros e facilitação do comércio digital.
Apesar dos desafios sociais, o Quénia tem mostrado um crescimento económico robusto, registando um aumento médio de 5,7% ao ano entre 2015 e 2019, segundo o Banco Mundial. A sua localização e políticas económicas tornam-no um parceiro chave para a estabilidade no Corno de África e uma figura confiável para o Ocidente.