UE expressa preocupação com avanço da ajuda humanitária a Gaza
O chefe da diplomacia portuguesa alertou que a União Europeia ainda não se sente segura quanto ao cumprimento do acordo com Israel sobre a ajuda a Gaza.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, afirmou hoje em Bruxelas, durante uma reunião do Conselho dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), que os países do bloco estão "longe de estar tranquilizados" quanto ao acordo com Israel para facilitar a entrada de assistência humanitária na Faixa de Gaza.
Rangel enfatizou que, apesar de existirem alguns avanços positivos, ainda há pontos em que se mantém a incerteza. "Embora haja já algumas medidas a ser implementadas, sente-se, visivelmente, uma relutância em outras áreas", declarou o governante.
O acordo em questão foi estabelecido recentemente entre a UE e Telavive, visando aumentar o acesso à ajuda na Faixa de Gaza, que desde outubro de 2023 enfrenta um conflito devastador entre Israel e o Hamas, resultando em mais de 58 mil vítimas, um número elevado de deslocados e uma crise humanitária severa.
Quando questionado sobre a possibilidade de sanções contra Israel em caso de incumprimento, Rangel rejeitou essa hipótese, mencionando apenas a possibilidade de restringir alguns colonos israelitas na Cisjordânia, uma sugestão que, no entanto, foi bloqueada pela Hungria.
O ministro também comentou sobre o acordo de associação entre a UE e Israel, esclarecendo que a suspensão desse acordo não está em discussão, apesar de existirem relatórios que indicam violações dos direitos humanos por parte de Telavive.
A UE não possui observadores que confirmem a entrada de mais ajuda humanitária no território palestiniano, mas Rangel referiu que as Nações Unidas e os países vizinhos, como Jordânia e Egito, têm fornecido relatórios diários sobre a situação.