UE e Mercosul reafirmam posição contrária a reabertura de negociações
Apesar da pressão de Emmanuel Macron, representantes do Brasil e da UE descartam revisitar o acordo comercial entre os blocos. Expectativa de assinatura até dezembro permanece intacta.

Em resposta à insistência do Presidente francês, Emmanuel Macron, por um novo 'protocolo' relativo a produtos químicos agrícolas, os representantes da União Europeia (UE) e do Brasil deixaram claro que não há intenção de reabrir as negociações sobre o acordo comercial entre a UE e o Mercosul. Durante uma conferência de imprensa virtual, Jean-Pierre Bou, chefe-adjunto da delegação da UE no Brasil, sublinhou que o acordo foi objeto de longas negociações e que, segundo a sua informação, a posição se mantém firme.
Bou descreveu o acordo como um dos mais modernos em questões ambientais e demonstrou optimismo sobre a possibilidade de ultrapassar as diferenças existentes na UE. A revisão jurídica e as traduções do tratado estão já a ser finalizadas, com a expectativa de que a assinatura ocorra ainda este ano, seguida do processo de ratificação pelos países membros de ambos os blocos.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Brasil, Luis Rua, confirmou a intenção de assinar o acordo em dezembro, antes do fim da presidência brasileira do Mercosul, que engloba Argentina, Paraguai, Uruguai e a futura adesão da Bolívia.
Rua também destacou que as garantias ambientais estipuladas no acordo são suficientes, lembrando que o Brasil já exporta para a UE há várias décadas e cumpre as normas sanitárias do bloco. "Temos trabalhado significativamente em direcção à sustentabilidade", afirmou, referindo-se à redução do desmatamento na Amazónia nos últimos dois anos.