Turquia critica anexação da Cisjordânia como uma ameaça à paz
A Turquia classifica como "ilegítimo" o apelo do Parlamento israelita à anexação da Cisjordânia, sublinhando que essa medida prejudica os esforços de paz na região.

A Turquia manifestou forte desaprovação em relação à recente votação no Parlamento de Israel, onde mais de 70 deputados apoiaram um pedido ao governo para anexar a Cisjordânia ocupada. Este ato foi descrito como um "gesto ilegítimo e provocador", que persegue o objetivo de eliminar qualquer perspectiva de um Estado palestiniano, conforme declarado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.
Segundo a declaração oficial, essa anexação é considerada "nula e sem efeito à luz do direito internacional e sem qualquer validade", relembrando que a Cisjordânia é um território palestiniano sob ocupação israelita desde 1967. O Ministério turco reiterou que as políticas agressivas do governo de Benjamin Netanyahu não só vão contra a legislação internacional, mas também criam novas crises que ameaçam a ordem global e a segurança no Médio Oriente.
O texto votado — que recebeu 71 votos a favor e 13 contra — não tem força de lei, mas simula uma declaração do "direito natural, histórico e legal" de Israel sobre as terras palestinianas. Os apoiantes da proposta argumentam que a anexação fortalecerá Israel e sua segurança, garantindo a paz e os direitos do povo judeu na sua terra natal.
Por outro lado, a Autoridade Palestiniana, representada por Hussein al-Sheikh, condenou a decisão, considerando-a um ataque direto aos direitos dos palestinianos e uma violação clara do direito internacional. Desta forma, a votação intensifica a controvérsia em torno das cerca de 500 mil pessoas israelitas que habitam os colonatos na Cisjordânia, que são frequentemente considerados ilegais pela ONU e um obstáculo para um acordo de paz duradouro.
Os conflitos recentes e pedidos de anexação têm suscitado reações de outros países do Médio Oriente, como o Egito e a Jordânia, que já expressaram preocupações sobre a escalada de tensões na região, reforçando a necessidade de medidas eficazes que respeitem as obrigações do direito internacional.