Trump interpela Orbán sobre negativa à entrada da Ucrânia na UE
Numa conversa recente, Donald Trump abordou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, questionando a sua resistência à candidaturaa da Ucrânia à União Europeia, após encontros com líderes europeus e Zelensky.

Recentemente, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, efetuou uma ligação ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, para discutir a sua oposição à adesão da Ucrânia à União Europeia. Esta conversa sucedeu a reuniões na Casa Branca entre Trump, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e múltiplos líderes europeus.
Fontes citadas pela agência Bloomberg referem que, durante as reuniões, os líderes europeus instaram Trump a utilizar a sua influência sobre Orbán, conhecido por ser uma voz crítica em relação a Bruxelas e frequentemente alinhado com Vladimir Putin, para que este reconsiderasse a sua posição sobre a candidatura ucraniana.
Desde que Orbán assumiu o poder, a Hungria tem oferecido apoio diplomático à Rússia e se opõe a ajudar a Ucrânia. Quando contactado pela Bloomberg, o porta-voz de Orbán não respondeu às perguntas sobre a ligação com Trump.
A Ucrânia tem procurado garantir a sua adesão à UE como parte de um pacote de segurança necessário para prevenir novos ataques russo, especialmente após o início da guerra em 2022. Contudo, Orbán argumentou recentemente, após uma reunião entre os 27 Estados-membros da UE, que a entrada da Ucrânia na União não proporcionaria as tão desejadas garantias de segurança para Kyiv.
"Ficou confirmado que a adesão da Ucrânia à UE não oferece garantias de segurança. Assim, ligá-la a tais garantias é não apenas desnecessário, mas também arriscado", escreveu Orbán nas redes sociais após a videoconferência do Conselho Europeu.
Em declarações adicionais, Orbán ressaltou que a política de isolamento da Rússia falhou e que o risco de um terceiro conflito mundial só poderá ser mitigado através de um diálogo entre Trump e Putin.
A Hungria e a Eslováquia permanecem as únicas nações da UE a continuar a receber petróleo russo devido a uma exceção das sanções europeias por causa da sua localização geográfica.
A Ucrânia formalizou o seu pedido de adesão à União Europeia a 28 de fevereiro de 2022, logo após a invasão russa, e obteve o status de país candidato em junho do mesmo ano. Em dezembro de 2023, o Conselho Europeu decidiu iniciar as negociações formais de adesão com a Ucrânia.
Durante a conversa com Trump, a Hungria demonstrou interesse em sediar futuras negociações entre Putin e Zelensky. Esta reunião em Washington foi convocada após uma cimeira no Alasca com Putin, que não resultou em acordos significativos para o conflito. Presentes estavam líderes de várias nações, incluindo Emmanuel Macron, Keir Starmer e Ursula von der Leyen, entre outros.
Trump, através da rede social Truth, mencionou que após a sua reunião na Casa Branca, contactou Putin para preparar um encontro no futuro entre os dois presidentes, além dele próprio. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, destacou a importância de realizar diálogos quadrilaterais que incluam a UE nas conversações sobre a guerra na Ucrânia.