Tribunal da Florida rejeita divulgação de transcrições do caso Epstein
Um juiz federal negou o pedido da administração Trump para tornar públicas as transcrições do grande júri no caso Epstein, agravando a pressão sobre o presidente e o Departamento de Justiça.

Um juiz federal na Florida decidiu, esta quarta-feira, não atender ao pedido da administração Trump para que as transcrições do grande júri relacionadas com a investigação de Jeffrey Epstein fossem tornadas públicas. O pedido do governo norte-americano, feito na semana anterior, foi justificado com a noção de que existiria um "amplo interesse público" na revelação das informações.
Vale destacar que o Departamento de Justiça formalizou esta solicitação no sábado, logo após Trump ter sugerido essa possibilidade. Nos últimos dias, o presidente tem enfrentado críticas crescentes de apoiantes, especialmente após o anúncio do Departamento de Justiça de que não apresentaria mais provas relativas ao caso Epstein.
Além disso, o Departamento de Justiça reiterou a sua intenção de solicitar ao tribunal a divulgação das transcrições do júri no caso do milionário acusado de tráfico sexual, num momento em que muitos dos apoiantes de Trump exigem mais esclarecimentos sobre o processo.
A procura por mais transparência não afeta apenas Trump; a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, também se encontra sob pressão. Bondi havia prometido revelar mais detalhes sobre o caso no passado, mas recuou após o comunicado do FBI e do Departamento de Justiça de 6 de julho, que afirmava não existir uma ‘lista Epstein’ com os nomes de cúmplices e clientes do esquema de tráfico sexual operado por Epstein.
Jeffrey Epstein foi preso em 2019 em Nova Iorque, sendo acusado de tráfico sexual com base em indícios apresentados por um grande júri federal. O milionário aguardava julgamento quando infelizmente foi encontrado morto em agosto do mesmo ano, numa aparente suicídio.
Após a sua morte, Ghislaine Maxwell, parceira de Epstein, foi indiciada e posteriormente condenada em 2021 por sua ligação aos crimes de Epstein. O caso Epstein continua a ser envolto em mistério e sigilo, com a pressão pública e política a aumentar para que mais informações venham à tona.
O pedido de Trump para a divulgação das transcrições foi impulsionado também por uma reportagem do Wall Street Journal, que mencionou uma carta de teor sugestivo, alegadamente assinada por Trump e incluída num álbum comemorativo de Epstein. Trump refutou a autenticidade da carta, classificando-a como "falsa, maliciosa e difamatória", e processou o jornal e os jornalistas envolvidos.