Transferência demorada de doente desencadeia críticas ao INEM e ao Governo

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, anunciou hoje que a responsabilidade pela transferência de um doente de 49 anos com traumatismo craniano do Hospital da Covilhã para os Hospitais da Universidade de Coimbra recai sobre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Em declarações à CNN, Almeida referiu que os cidadãos devem dirigir as suas questões relativas ao transporte ao INEM, sublinhando que não há competência da direção executiva na gestão desse processo.

O episódio ocorreu no passado sábado, e a transferência demorou mais de cinco horas, o que gerou preocupações em relação à eficiência dos serviços de emergência. "Qualquer transferência deve ser realizada no menor tempo possível", reiterou o diretor, que salientou a existência de níveis diferentes de atendimento hospitalar, apontando para a necessidade de transferir doentes para unidades mais especializadas em situações mais críticas.

A questão da lentidão na transferência foi também comentada por Rui Lázaro, presidente do sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar. Lázaro responsabilizou tanto o Governo como o INEM, apontando que a falta de preparação atempada do concurso público para a contratação de serviços de helicópteros de emergência contribuiu para o atraso. O concurso foi adjudicado à Gulf Med Aviation Services Limited apenas no final de março, deixando a empresa com pouco tempo para se preparar.

Lázaro sugeriu ainda que a Força Aérea deveria deslocar helicópteros para o interior do país, uma área que considera em maior necessidade de apoio aéreo. A Lusa tentou, sem sucesso, obter uma resposta dos gabinetes de imprensa do INEM e do Ministério da Saúde ainda durante a noite.