Tragédia em Gaza: Oito mortos durante distribuição de ajuda humanitária

O caos instalou-se na região sul de Gaza, onde oito pessoas faleceram e mais de 40 ficaram feridas em consequência de disparos de armas. O incidente ocorreu perto de um ponto de distribuição de alimentos gerido pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), conforme reportado por fontes médicas à agência EFE.

As vítimas, que apresentavam principalmente ferimentos de bala na parte superior do corpo, foram imediatamente transportadas para o hospital de campanha gerido pela Cruz Vermelha em Rafah.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) também revelou que um membro da sua equipa ficou ferido por uma bala perdida enquanto prestava assistência em outro hospital de campanha na área.

Nos últimos dias, o CICV tem atendido centenas de palestinianos que se feriram ao tentar acessar o ponto de distribuição da GHF em Rafah. Esta fundação, administrada por contratantes norte-americanos e apoiada por Israel, foi estabelecida como alternativa aos esforços da ONU na assistência humanitária em Gaza.

No entanto, a GHF tem enfrentado críticas ferozes por parte das Nações Unidas e de diversas organizações não-governamentais (ONGs) que atuam na região. O exército israelita reconheceu, em várias ocasiões, ter disparado contra grupos de pessoas que se reuniam nos pontos de distribuição da GHF, frequentemente localizados em áreas com classificação militar.

De acordo com o governo do Hamas, as forças israelitas já provocaram a morte de mais de 700 cidadãos da Faixa de Gaza, muitos dos quais tentavam aceder à escassa ajuda humanitária nas diversas rotas. Para agravar a situação, a Defesa Civil de Gaza anunciou a morte de pelo menos 20 pessoas em operações militares israelitas nas últimas horas.

A atual escalada do conflito em Gaza, que abriga mais de dois milhões de habitantes, começou em outubro de 2023, após um ataque do Hamas a Israel que resultou em cerca de 1.200 mortos e 251 reféns. A retaliação militar israelita provocou um número devastador de mais de 57.100 mortos em Gaza, deixando a região em ruínas e a população sem acesso a serviços básicos.

Das 251 pessoas sequestradas em Israel, 49 continuam a ser mantidas em cativeiro em Gaza, embora 27 já tenham sido declaradas mortas pelas forças israelitas.

Considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, o Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007, exacerbando ainda mais a crise na região.